terça-feira, 26 de maio de 2009

Agendamento: uma teoria entre o pessoal e o social

DIEGO RAMON VALLE VITAL

Ao longo dos tempos, as pesquisas sobre o agendamento da notícia têm se focado sobre as características da audiência, os assuntos e os meios capazes de prever variações de audiência decorrentes desse agendamento.

Os trabalhos de Weaver (datados de 1977), indicam que cada indivíduo varia sua necessidade de orientação. Essa “necessidade de orientação” pode ser considerada como a combinação entre os interesses do indivíduo no tópico e suas incertezas sobre ele. Quanto maiores os níveis de interesse e incerteza (ou desconhecimento), maiores são os “níveis de necessidade” atingidos. É dessa forma que o indivíduo se coloca como sujeito passível frente à influência midiática.

De qualquer forma, o lado mais interessante sobre esta teoria são os diferentes níveis que ela abarca. O primeiro nível é o mais estudado pelos pesquisadores. Nele, os “elementos de propagação midiática” se utilizam de objetos, assuntos e matérias para influenciar o público. Aqui, a mídia diz aquilo que o consumidor da notícia dever pensar (de acordo com a quantidade de informação disponibilizada sobre o assunto). Já no segundo nível, a mídia se concentra nas características inerentes aos objetos e matérias veiculados. Aqui, a mídia diz “como” o público deve pensar.

Tais características sustentam o poder explicativo dessa teoria, uma vez que fazem com que ela consiga explicar porque a maior parte do público prioriza os mesmos assuntos como importantes. Ela também aponta que, se as pessoas estão expostas ao mesmo tipo de mídia, então elas ficam mais suscetíveis a creditar a mesma importância a diferentes assuntos. Por outro lado, se elas não estão exposta à mesma mídia, muito provavelmente os níveis de interesse, atenção e importância dispensados a diferentes assuntos também não são os mesmos.

Independentemente das conclusões a que diferentes estudos chegaram ao longo dos tempos, é fato que o agendamento das notícias tem importante espaço na estruturação das relações interpessoais de todo indivíduo vivente numa sociedade globalizada. Diante desse cenária, torna-se cada vez mais importante a certeza de que cada indivíduo deve, antes de tudo, portar-se como certo de suas características, de seus próprios gostos e necessidades. Dessa forma, reconhecendo que cada ser humano é único em suas características psicológicas, os interesses próprios tornam-se base sólida sobre a qual o interesse pessoal de cada um pode se firmar.

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