quarta-feira, 22 de abril de 2009

NEWSMAKING E O AGENDAMENTO DAS NOTÍCIAS: a influência natural do jornalista

Não é de hoje que se discute a agenda-setting, ou o agendamento dos assuntos que se transformarão em notícia e, por conseqüência, em assuntos a serem debatidos por determinada sociedade. Nos meios jornalísticos, especialmente acadêmicos, o agendamento da sociedade através da escolha e hierarquização das notícias é um fato. E um fato importante, pois revela importantes possibilidades sobre a inclusão de valores sociais e ideológicos na escolha dos fatos que virarão notícia.
É certo que o público (leitor, ouvinte, telespectador) não pensa nisso. Não poderia ser diferente. Sequer os profissionais do cotidiano jornalístico param para pensar na teoria do ofício, porquanto se dedicam à sua prática – e ela acontece dia após dia, naturalmente. Sendo assim, o elenco de notícias que são escolhidas e nas quais trabalham, sequer são analisadas por eles. Apenas cumprem o seu papel, mesmo sem saber que, embora geralmente não definam o agendamento, contribuem com ele qundo da elaboração de sua pauta.
Sousa (1999), por exemplo, ao tratar do assunto, elenca seis critérios que devem ser levados em conta quando da prática jornalística: a) ação pessoal; b) ação social; c) ação ideológica; d) ação cultural; e) ação do meio físico e tenológico e f) ação histórica. Embora não se pense nisso no cotidiano, é bastante razoável imaginar essas influências.
1) Acção pessoal – as notícias resultam parcialmente das pessoas e das suas intenções;
2) Acção social – as notícias são fruto das dinâmicas e dos constrangimentos do sistema social, particularmente do meio organizacional, em que foram construídas e fabricadas;
3) Acção ideológica – as notícias são originadas por forças de interesse que dão coesão aos grupos, seja esse interesse consciente e assumido ou não;
4) Acção cultural – as notícias são um produto do sistema cultural em que são produzidas, que condiciona quer as perspectivas que se têm do mundo quer a significação que se atribui a esse mesmo mundo (mundividência);
5) Acção do meio físico e tecnológico – as notícias dependem dos dispositivos tecnológicos que são usados no seu processo de fabrico e do meio físico em que são produzidas;
6) Acção histórica - as notícias são um produto da história, durante a qual interagiram as restantes cinco forças que enformam as notícias que temos (acções pessoal, social, ideológica, cultural e tecnológica). (SOUSA, 1999)

Por mais que o jornalista tente ser imparcial, e por mais que se venda na mídia a idéia de um jornalismo imparcial, ele não escapa das influências naturais da psique. O jornalista, como um ser humano qualquer, traz dentro de si uma bagagem composta pelas experiências vividas e delas não se desfaz no momento de definir uma pauta, escrever ou editar uma matéria. Não que o faça propositadamente. Não que o demonstre no texto, ou na abordagem de uma reportagem a ser feita. Essa bagagem formada por sua experiência de vida (o que inclui os seis aspectos ressaltados por Sousa) se manifesta na construção da matéria por mais imparcial que o jornalista tente ser (a nível pessoal) ou pareça ser (aos olhos do público).
Explicar os seis aspectos considerados como fatores de influência na construção da agenda-setting, assim como de todos os passos da construção e hierarquização da notícia, chega a ser redundante porquanto o próprio título de cada um já deixa óbvia a leitura a ser feita. Ainda assim, antes errar pelo zelo do que pela omissão. A ação pessoal refere-se ao fato de que as notícias resultam das pessoas e de suas intenções; por ação social podemos entender que elas são fruto das dinâmicas e dos constrangimentos do sistema social, especialmente do meio organizacional em que foram construídas e fabricadas; ação ideológica porque as notícias são originadas por força de interesses, coscientemente assumidos ou não, que dão coesão aos grupos sociais; ação cultural porque as notícias são produto do sistema cultural em que são produzidas; ação do meio físico ou tecnológico porque dependem dos dispositivos a serem utilizados para sua fabricação e ação histórica porque as notícias são um produto da própria história.
Diante desses argumentos, naturalmente desconstruímos a imagem de uma imprensa imparcial, do jornalismo imparcial, fato conhecido e pouco controverso, nas últimas décadas, no meio dos estudos jornalísticos acadêmicos. Constrói-se, assim, uma visão mais real do processo de construção da notícia, sua hierarquização e aprofunda-se o conhecimento para tentar responder a pergunta: porque alguns fatos são notícia e outros não?
Um fato é uma ocorrência, algo que acontece – ou ainda que deveria acontecer, mas não aconteceu (como, por exemplo, uma obra física programada). Porém o mundo das notícias ainda é feito das temáticas, geralmente sociais, levantados e levados ao debate pelos veículos de comunicação como notícia. Ao noticiá-la, os meios jornalísticos contribuem para dotar esta ocorrência ou temática de algum significado, atribuir a ela um determinado sentido, ainda que o sentido de como tal mensagem chegará ao receptor depende, também, das mediações sociais (escola, família, grupos) em que o indivíduo se integra.
Existem vários tipos de notícias, que Sousa resume citando McQuail (1991), “também podemos distinguir notícias programadas (como as notícias resultantes do serviço de agenda) de notícias não programadas (notícias sobre acontecimentos inesperados) e de notícias fora do programa (geralmente soft news que não necessitariam de difusão imediata)”. Outra assertiva importante é que “a notícia não se esgota na sua produção. Engloba também a sua circulação e o seu consumo (Alsina, 1993)”. Porém, embora isso nos faça conhecer um pouco mais o processo teórico da produção jornalística, ainda não explica a diferenciação entre um fato que vira notícia e outro que não.
Teorias como a “do espelho” (de que notícia reflete a realidade) é naturalmente abandonada em uma discussão que pretende aprofundar, minimamente que seja, os porquês da cadeia de construção da notícia. Ela é muito mais. Serve como informação, fonte de debates, munição de argumentos ideológicos. Serve como base da sociedade enquanto mantém o status quo e deve ser questionada e debatida em um momento onde nota-se a concentração pró-monopolista, oligopólica e intersetorial dos grupos de comunicações. Cada vez mais os grupos de comunicação crescem, abrangem novas mídias tecnológicas e comandam até mesmo o agendamento dos assuntos a serem discutidos pela sociedade. O agendamento, aliás, cabe menos ao jornalista e mais aos interesses da empresa, ainda que as pautas sejam definidas pelos chefes das redações – que por sua vez sabem da linha ideólogica da empresa em que atua.
Sobre esta natural colaboração jornalística à manutenção da sociedade como uma elite dominante a quer, Souza cita Soloski (1989 1993: 100), que escreveu:


“Embora os jornalistas não relatem as notícias de modo a manter o sistema político-económico existente, as suas normas profissionais acabam por produzir 'estórias' que defendem implicitamente a ordem vigente. Além disso, as normas profissionais legitimam a ordem vigente ao fazê-lo parecer um estado de coisas que ocorre naturalmente. Os princípios do profissionalismo jornalístico têm como resultado uma cobertura noticiosa que não ameaça nem a posição económica da organização jornalística (…) nem o sistema político-económico global no qual a organização jornalística opera. Além disso, o profissionalismo jornalístico produz 'estórias' que permitem que as organizações jornalísticas aumentem o seu público e mantenham um controlo firme sobre o mercado. Em última análise, o profissionalismo jornalístico distorce as notícias ao nível social.”
A sistematização das teorias da notícia e da produção da notícia em si é um campo bastante amplo. Além dos interesses da empresa, como dito acima, há uma série de fatores que influenciam o profissional do jornalismo a fazer a escolha para que a ocorrência venha a ser ou não ser notícia. E os fatores são muitos, que vão desde sua experiência de vivência pessoal, como já vimos, ao número de fatos ocorridos em um dia ou mesmo sua experiência profissional que determina uma certa rotina de atuação. Sousa, em sua perspectiva, trata disso e vai além:
Como o ser humano só processa uma pequena quantidade de informação a cada momento, os jornalistas, sob a pressão do tempo, farão um uso adaptado de rotinas cognitivas que lhes sejam familiares para organizar as informações e produzir sentido. Por outro lado, tenderão também a procurar e seleccionar informações que confirmem as suas convicções. (SOUSA, 1999).
Mais adiante, neste mesmo livro, Sousa coloca uma situação que deve servir pelo menos de alerta aos que labutam na prática jornalística:
Assim, um jornalista, constrangido pelas formas rotinizadas de avaliar as situações e a sua própria actividade, poderá tender a fabricar informação padronizada (por exemplo, a redigir notícias com base na técnica da pirâmide invertida) e a seleccionar sempre como tendo valor noticioso o mesmo tipo de acontecimentos (por alguma razão as conferências de imprensa dos políticos parece terem sempre valor noticioso aos olhos dos jornalistas enquanto, por exemplo, as dissertações de mestrado e doutoramento, por mais relevantes que sejam, não o parecem ter) sem procurar outras vias de actuação (que poderiam ser, eventualmente, mais eficazes em certas circunstâncias). Esta talvez seja até, provavelmente, uma das razões pela qual a imprensa diária está a perder leitores: fala sempre do mesmo e da mesma maneira, entediando e aborrecendo, sem atender às necessidades informativas dos leitores(...)”. SOUSA (1999).
Desta forma, o jornalista passa a ser chamado a um importante papel na sociedade, no qual está incluso a concepção ética da profissão: cada profissional pode influenciar a construção de conteúdos para a mídia. Por esta razão, inclusive, o jornalista deve ter uma bagagem cultural, social e de compreensão das ideologias que dê suporte a este importante papel. Deve ter bom conhecimento da história e dos meios de seu trabalho. E tem em suas mãos um poder que poucos possuem: o de colaborar na formação da agenda-setting, a partir de determinado momento de sua experiência profissional, ajudando a definir o que é realmente importante para o debate na sociedade. Afinal, o jornalista é o principal protagonista do jornalismo.
E a resposta quanto à pergunta sobre o que vira notícia ou não? Este mero artigo não foi feito para responder perguntas, mas para incentivar colegas de profissão e acadêmicos a se perguntarem o mesmo. Porque alguns fatos viram notícia e outros não? Penso que nas dúvidas levantadas neste artigo e nas considerações que demandou, possamos refletir conjuntamente em busca de uma resposta.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Comunicação: um processo

Comunicação é um processo pelo qual os homens trocam entre si informações. No ato comunicativo existem alguns elementos, entre eles: o emissor e o receptor, o último vem se modificando a cada dia, exigindo cada vez mais, a recepção de informação atualizada e que alcance o objetivo de se interar do que acontece no mundo.
Para que haja a comunicação efetiva, ou seja, que o emissor e o receptor se comuniquem é necessário que a mensagem informativa esteja disponível de forma clara, concisa e compreensível.
Além disso, antes de transmitir a mensagem para um determinado público, é importante que se conheça o seu sujeito-receptor, e ainda só haverá a comunicação se houver a interação. Portanto é interessante os profissionais ficarem atentos ao receptor, respeitando as suas vivências culturais e despertando a vontade de cada vez se informar mais, sobre as notícias locais, regionais, nacionais e porque não até mundiais.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Recontar uma história

Quando se escuta uma história, a partir do momento que se compreende aquele fato, já se dá a ele um novo sentido. É impossível que duas pessoas tenham uma interpretação exatamente igual sobre algo. Onde havia dez homens, na história original, já existirão uns quinze quando ela for repassada por aquele que ouviu. Ou pelo menos a cor da casa ou a raça do cachorro sempre acaba mudando. Detalhes que, a princípio, não fazem diferença no quesito de atribuir sentido ao conto, mas à medida que cada um ouve e reconta a história à sua maneira, logo se percebem pequenas mudanças no sentido.

Assim também é o receptor da informação. Ele não é um gravador, não vai assimilar exatamente o que você disse, com cada palavra, quando for repassar o que ouviu ou leu. Confundir ONU com FMI muda completamente o significado da notícia quando ela for repassada pelo receptor/emissor. Depende da capacidade de interpretação de cada um, talvez um pouco da memória também.

Por outro lado, ao passo em que existem esses “ruídos” atrapalhando a repercussão da mensagem, devemos pensar que esse é o princípio básico da comunicação. O emissor passa a mensagem e atribui a ela um sentido – visto que neutralidade não existe, mesmo no Jornalismo – e o receptor a absorve já com outro sentido, fruto da sua relação com o meio ambiente, com os outros seres humanos e com a mídia. Assim, o sentido da informação muda constantemente e esta ganha em qualidade, porque vai adquirindo conhecimento diferente proveniente de cada receptor/emissor que for “recontar essa história”.

O dever do jornalista é abordar, assuntos e pessoas para uma informação clara e específica.

É extremamente importante, que a notícias sejam de fontes totalmente seguras, para que o jornalista consiga absorver o máximo de informações para colocar em evidência os principais fatos ocorridos . Além de fontes, é necessário que o jornalista fique atento a veracidade dos fatos, é sempre importante que ele confirme as informações, pois qualquer notícia passada comprometerá o caráter e a ética do profissional.

A capacidade de diversificar as notícias, não depende unicamente do jornalista,ele depende de uma série de procedimentos desenvolvidos dentro de uma redação.O profissional deve ser muito autêntico no que faz, não deve transparecer sentimento ou força de opinião,ele deve fazer com que o receptor absorva a informação, seguro de que a notícia seja confiável.

Estrada de duas mãos

Comunicação efetiva é a que transita numa estrada de dois sentidos. O ser humano crítico atual não é mais tão subestimável como antigamente. As informações não chegam tal e qual idealizou o emissor. Elas sofrem ruídos durante a transmissão e apenas parte dela chega a seu destino final: o público.
A obsoleta suposição da escola americana de que o público é apenas uma esponja que absorve toda a informação despejada pelos meios de comunicação de massa é contestada por Jesús Martín-Barbero (1997, Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia). O autor acredita que sem interação o processo de comunicação não se completa e, portanto, não é eficaz.
O advento e a massificação da internet na década de 1990 como meio de comunicação trouxe novas perspectivas a essa relação emissor-receptor. Com essa nova mídia torna-se possível uma interação entre os dois personagens da comunicação.
No entanto, a internet torna-se também um revés à estrutura que prevê interação entre as duas pontas do cordão midiático. Na web, os receptores têm a alternativa de escolher o conteúdo que desejam captar, desarmando o emissor que, em outros meios, é o condutor irredutível da informação.
No modelo antigo, o receptor é apenas a estação final do trilho que a informação percorre. Barbero traz consigo a reformulação desse pensamento. Para ele, o receptor tem de ser um destino com retorno, com respostas às informações conduzidas até ele.
Para que tal fato possa se concretizar, o emissor precisa conhecer os agentes receptores. Precisa compreender seus anseios e necessidades. Caso contrário, a informação se perde no meio do trajeto.

Mediações

Autores como Jesús Martín Barbero (1997, Dos meios as mediações) entendem os meios de comunicação de massa, a televisão de forma especial, como tendo um importante papel na construção e reforço de representações. Os meios não determinam normativamente representações ou comportamentos, afinal, os sujeitos filtram, interpretam e ressignificam segundo outras lógicas os conteúdos dos programas. Contudo, ao lado da família, da escola, do trabalho, da igreja e de outras importantes instituições sociais, a televisão também opera nessas construções. Como tais instituições, a TV por si só não tem capacidade de mudar juízos. É importante contextualizar o universo cultural, informativo no qual o receptor, a audiência estão inseridos.Tal espaço, um locus de costumes, crenças, concepções de mundo entre o meio de comunicação e o receptor, Barbero (1997) chama de mediação. Cada indivíduo possui filtros culturais diferentes que influenciam a maneira como recebe as mensagens dos mais variados meios.

Dever do Receptor

A mídia tem o poder de manipular e despertar a criatividade das pessoas, fazendo com que os mesmo resgatem seus desejos. A recepção tem como dever analisar as informações que chegaram até ele, sendo um protagonista do meio informativo.
Receptor é aquele que se dirigi até a mensagem. Pode ser humano, tecnológico ou institucional. Não há informação se não houver interação das pessoas.
O jornalismo tem o dever de passar todas as informações o mais claro possível, sem ocultar qualquer tipo de informação, sempre agindo com ética, assim seu receptor terá todas as notícias com os dados objetivos. As pessoas muitas vezes interpretam as informações de maneira errada, pensando que já estão atualizados e sabendo todas as notícias.
Qualquer tipo de mensagem tem um receptor e um emissor. O receptor não pode distorcer o que o emissor está passando. O receptor irá apurar a mesagem e interpretá-la de manira que a mesma se torne real e deixe ser algo imaginário.

Corrompendo o Receptor

Todas as informações chegam às pessoas com seu conteúdo determinado. Elas por natureza são passivas. O governo, a mídia e a propaganda sempre deram as cartas na sociedade por esta razão. Ao se tornar um mero modelo mecânico, a máquina do estado volta a andar, e tudo permanece onde está. Todo tipo de ator interpreta uma cena pré-determinada ou ensaiada anteriormente. A única virtude em um teatro é o improviso.

Toda informação repassada por órgão emissor deve ter em mente que a manipulação não está apenas nas palavras, mas ela usa também imagens a seu favor. A idéia iluminista de que transmitir o conhecimento para quem não conhece esbarra no condicionamento e na moral existente no coração das instituições sociais. É claro que a política detém grande poder, e isso é acentuado com a manipulação da informação. Usando as novas tecnologias a seu favor, torna-se impossível a espontaneidade nascer no mundo atual.

A mensagem deve ser calcada na idéia de que o ser humano nasceu para ser livre, e que toda informação possui um poder natural de manipular ações e pensamentos. Desta maneira, a manipulação destrói a única virtude capaz de mudar a sociedade atual: Liberdade.

domingo, 12 de abril de 2009

Emissor & Receptor

A comunicação é ilimitada, rompem fronteiras e basta cada um buscar a melhor forma de ficar informado. A comunicação terá sucesso quando caminhar junto com o receptor, as pessoas não podem ser meros bonecos mecanizados dos informantes.
Deve ser usadas todas as divisões da informação começando pelo emissor, repertório, meio, mensagem e receptor. Assim podemos definir que a comunicação deve ser cada vez mais jovem, ser inovadora, se adaptar diariamente e assim libertar os receptores na busca das informações.
O processo de comunicar é a prática que os seres humanos trocam entre si informações, através da linguagem verbal ou não-verbal. Neste ato comunicativo temos alguns elementos fundamentais: o emissor, o receptor e a mensagem. Em qualquer processo de comunicação alguém deseja transmitir alguma mensagem ou informação a outras pessoas.
Para o jornalista a clareza é de extrema importância, tanto na hora da entrevista das fontes, quanto na transcrição da matéria, que exige responsabilidade e ética. Já que aquilo que se escreve também será recebido por alguém, não apenas aquilo que se fala.
Outro fator é a aparência. O jornalista precisa se preocupar com a auto imagem, pois carrega o nome do veículo que trabalha e precisa transmitir segurança ao seu receptor. O jornalista faz sua própria recepção, sua própria imagem, seja ela boa ou ruim.
A linguagem , a língua e a fala ajudam para que o “discurso” seja claro, e que o receptor compreenda onde se cquer chegar.
Pode-se dizer que o receptor é o mais importante comunicador, recebe a notícia e discute, levanta opinião no meio em que vive, como se fosse um “telefone sem fio”. Por isso da responsabilidade do jornalista passar informação clara e correta sempre!

LINGUAGEM VERBAL: as dificuldades de comunicação ocorrem quando as palavras têm graus distintos de abstração e variedade de sentido. O significado das palavras não está nelas mesmas, mas nas pessoas (no repertório de cada um e que lhe permite decifrar e interpretar as palavras);
LINGUAGEM NÃO-VERBAL: as pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, a entoação são também importantes: são os elementos não verbais da comunicação. Os significados de determinados gestos e comportamentos variam muito de uma cultura para outra e de época para época.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O receptor em discussão

Barbero coloca em pauta novamente a discussão entre emissor e receptor. Mesmo sendo receptor, ele acaba sendo novamente um emissor, pois após absorver uma noticia, um fato, assimilado ou não, entendido ou não, sempre há uma discussão ou apenas um comentário entre receptores. A discussão é sobre como esta noticia é assimilada, ou na verdade, como ela é absorvida. Como dito pelo próprio, muitos receptores são esponjas, absorver o que lhes é passado, muitas vezes não pensam sobre, apenas repassam ou guardam aquilo para si, da maneira que lhes foi passado. Cada receptor tem uma interpretação diferente, devido ao seu meio, devido a quem lhe passou esta informação, a quem lhe influenciou, sobre o fato em si, ou sobre outros relacionados, também formadores de opiniões. Brasil, país conhecidos por seus inúmeros receptores, o déficit de analfabetos diminui a cada pesquisa, porém, não é analisado o déficit de aprendizagem, de interpretação de texto, de interesse em buscar mais informações para aí sim ter base para as discussões, para se transformar em um emissor, seja para a comunidade, para conhecidos. Além de toda discussão em volta do receptor, deve-se olhar também, que muitas vezes, o emissor se beneficia com esta atuação, é mais fácil passar uma informação pronta, não deixar com que alguém a discuta, com que analise seu trabalho, que simplesmente reproduza, e que principalmente, ouvindo somente de uma fonte, seu nome seja sempre repassado, mas muitas vezes, como dito anteriormente, mesmo sem analisar muito o fato, pelo sua influencia já sofrida, cada receptor, ao se transformar em emissor, acaba transferindo algo de si para o fato, acaba alterando uma entonação, a ordem dos fatos, ou acrescentando algum conhecimento antigo, fazendo com que haja uma diferença entre a primeira vez e agora que está sendo relata o processo.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O papel do jornalista consiste em apenas passar as informações da melhor maneira possível.
Somente repassar o que foi passado, sendo entrevista, assuntos políticos de caráter social, etc.
A nossa opinião não existe, existe somente uma pessoa, um jornalista que repassa o que ouviu sem se deixar envolver.
Se a causa é justa ou não, se está certo ou errado, se nos causa revolta, isso não importa. O que importa é o fato, em si.
A interpretação do jornalista é importante, e muito, até para que ele possa repassar a notícia.
Muitos jornalistas e jornais pecam em deixar claro o que pensam sobre determinado assunto, sem explicar direito sobre o fato ocorrido. Aliás, a explicação sobre o fato ocorrido é de fundamental importância.
Uma explicação clara e concisa não deixa dúvidas e nem embaralha o pensamento das pessoas. Portanto o Jornalista deve além de guardar suas emoções e pensamentos, deve interagir com o público para quem trabalha, conhecendo-o melhor, para assim passar as notícias da melhor maneira possível.

Receptor Esponja

Já faz tempo em que a mídia discuti isso, o mensagem enviada e a mensagem recebida, porém não acredito ter surtido muito efeito, até mesmo entre aqueles que discutem o assunto. É fácil sair correndo na frente dos outros, dar um furo sobre uma discussão como essas, mas quando chega a hora de colocar em prática, de cobrar do jornalista, que demonstre os fatos, claramente como são, sem tendências, e que dê base para uma análise, não somente para sugar a informação e repassá-la. Vai também, claro, do receptor não ser mais uma esponja, não ser mais um que ouve uma notícia no ônibus, e a todos que encontra, se sente um jornalista, repassando a noticia fresquinha, sem antes se informar corretamente, pelo menos ter um outro locutor, um outro informante. O brasileiro, como outra vez, antiga discussão, tem preguiça de interpretar, ouve algo, e é o suficiente para se sentir informado, para tomar partido da discussão. O trabalho do jornalista é não ser tendencioso e principalmente abordar os dois lados da historia, porem, muitas vezes isso não acontece, e aí, que causa um grande transtorno, pois ele, o formador de opiniões, toma mesmo partido disso, expressa, entrelinhas, sua opinião, conseguindo assim algo em beneficio próprio, direta ou indiretamente. Para mudar a situação, assim como qualquer outra posição, é preciso esforço de ambas as partes, do jornalista querer sim ser um formador de opiniões, mas não dá-las, se esforçar para que o leitor consiga criar um gosto pela sua pauta e daí pra frente criar uma opinião, após conhecer melhor o assunto, até mesmo estar pronto para que o leitor seja do partido oposto, mas que devido a sua pauta, sua matéria, sua entrevista, fez com que alguém criasse opinião sobre o assunto, fazer com que o assunto entre em pauto em várias discussões. Vai agora, do receptor, novamente, não aceitar somente uma opinião, isso vai até de ouvir sempre as matérias do mesmo veiculo de comunicação, de não acatar a opinião de outro receptor que lhe passou, pois a cada vez que o assunto é repassado, pelos leigos principalmente, algo é colocado em cima, seja uma entonação, ou um exemplo diferente, modificando assim, o principio da informação.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Procura-se alguém que não gostaria de pensar

A antiga pressuposição norte-americana de que a recepção da informação é um ponto de chegada definitivo, há tempos não é mais realidade. Em torno de afirmações como esta, o caminho entre emissor e receptor dá as caras de algo inquestionável e determinantemente exato: o receptor absorve o conteúdo da informação, se formata e fica à mercê de influências decisivas para sua formação. Mas, não é o que acredita Martin Barbero.

Explicar o porquê disso é fácil. Barbeiro repensou o processo ocorrente entre emissor e receptor. Para ele “a recepção é um lugar, uma oportunidade de repensar todo o processo, todos os estudos e pesquisas” e, se pararmos para refletir sobre isso, não é difícil encontrarmos exemplos sobre o quanto estavam furados os antigos princípios norte-americanos.

Reflexo de uma sociedade desprendida de verdades absolutas – sejam elas, as verdades, institucionalizadas pela família, igreja e escola – o ser humano encontrou no ponto final da informação, o início de sua reflexão. É evidente de que esta afirmação possa ainda estar distante da realidade de um país que sofre com déficits de educação, mas, à população que contraria a regra do receptor estático, que age como uma esponja, ela é válida. Longe dessa característica de personagen de desenho animado, o receptor é tratado por Barbeiro não como um fator isolado. O autor afirma que o sucesso da recepção é decorrente de técnicas como a segmentação de um público-alvo. Sem a determinação de um público a ser destinado a informação, como saber quem será nosso receptor?

Posso responder essa, eu acho. Diante da tamanha pluralidade cultural, econômica e política que forma nosso país – reflexo de seu estado democrático e capitalista – não faltam escolhas para a seleção de um público-alvo. Como emissor, fazer de sua mensagem algo verdadeiramente intrínseco à realidade do receptor, está diretamente ligado ao nível de conhecimento de seu público, e, não menos importante: no exercício de uma comunicação mútua, através de feedbacks entre emissor e receptor. Sem isto, voltamos a antiguidade norte-americana onde, apesar de diferentes culturas possivelmente fazerem parte de cada receptor, descartam-se suas capacidades reflexivas mediante do recebimento da informação.

E se Comunicação também é Filosofia, não estaria errado o filósofo alemão Friedrich Nietzsche em tratar os receptores da antiga concepção norte-americana como “ovelhas de rebanho”, prontas a perder sua lã, seu maior bem, o que para nós seria a capacidade de pensar. Alguém descarta isso?

Procuro alguém que não gostaria de pensar.

Particularidades

Foi-se o tempo em que o que era ouvido, assistido ou lido era como se fosse lei. Isso é coisa do passado. E um passado bem distante. Desde o começo da evolução da informação o receptor começou a explorar seu senso crítico e deixou de acatar as mensagens que recebe, por pura aceitação. Pensar, analisar, julgar, faz parte dos atuais receptores das mensagens, independe de sua formação ou situação socioeconômica. Cresce ai a responsabilidade do emissor.

Levando pela tese de que cada pessoa tem sua particularidade, baseada na cultura e na formação, a mensagem precisa respeitar certos critérios para que chegue até o receptor de forma confiável, não tentando convencê-lo, mas procurando despertar ainda mais o senso crítico.

É neste sentido que Jesus Martins Barbeiro chama atenção para quem transmite uma mensagem. A tentativa de convencimento não é mais conveniente nos tempos atuais. Abrir o campo para que o receptor tenha maior visão sobre a mensagem seria o ideal. O fazer pensar e criticar deve ser explorado.

O desafio é ainda maior para o mundo da internet. Informação em velocidade, inúmeras fontes e a possibilidade de exploração mais aprofundada de um determinado assunto, faz com que o receptor tenha um leque de opções. Sua atenção irá se voltar para aquela mensagem que conseguir atrair seu senso crítico, dando uma visão ampliada do fato.

Desta forma podemos concluir que Barbeiro busca chamar a atenção para que o emissor não tente enviar mensagens com o puro objetivo de convencer o receptor . O que autor quer dizer, é que já não cabe mais a divulgação de informações com a intenção de formar opiniões favoráveis ao pensamento de quem emitiu a mensagem. Cabe exclusivamente a quem vai recebê-la avaliar através de seus conhecimentos e sua cultura se concorda ou não com o que está recebendo. Quanto maior for a opção de análise, mais facilmente o receptor terá condições de chegar a uma conclusão, entendendo assim que a mensagem recebida é de confiança.

O receptor e o mundo diante de seus olhos

O receptor não é apenas uma enponja. De acordo com Barbeiro, nem tudo o que ele escuta, lê, vê ou ouve será necessariamente seguido a risca. Há uma certa influência dos meios de comunicação na vida das pessoas, contudo, o indivíduo é capaz de pensar e agir de acordo com suas ideologias. A família, o cotidiano, o grau de instrução, entre outros aspectos, determinam o que cada um optará por acreditar e seguir ou não.

O emissor precisa ter em mente isso. É necessário que se dê importância para a mensagem que será veiculada. Cada um de nós, enquanto profissionais da comunicação/jornalistas, devemos ver a informação não apenas como um produto a ser vendido, mas como uma forma social de prestar um trabalho para a sociedade.

O emissor tem que ter em mente o desejo de despertar nas pessoas a criatividade e o senso crítico e não a simples vontade de convencer por todo o custo. Para isso, é necessário que a investigação e a pesquisa andem juntas, de mãos dadas. A pluralidade de vozes é aqui destacada, com a intenção de demonstrar que é absolutamente preciso essa amplitude de pensamentos conjuntos.

Para a eficácia do processo de comunicação, o emissor e receptor devem estar sintonizados. Seja para concordar ou discordar do assunto abordado e veiculado, ou seja, a interatividade tem fazer parte desse todo. Se durante a comunicação não houver esse feed back, o processo não se conclui. A mensagem só será efetivamente concluída se esse aspecto for seguido a risca. Especialmente hoje em dia, com a velocidade cada vez mais constante de captar novas informações. O receptor pode ter o mundo diante de seus olhos, e cabe ao emissor mostrar o valor do fato que está transmitindo.

O publico e a recepção das informações

América Latina e os anos recentes: o estudo da recepção em comunicação social
A Teoria das Mediações
Jesús Martín-Barbero

O publico e a recepção das informações

A recepção dos consumidores de informação não acontece em efeito esponja como era pensado no inicio. As pessoas assimilam ou repensam as noticias ou informações conforme seu contexto social sua rotina de vida. Os telespectadores não absorvem tudo o que é dito e o que absorvem entendem de uma forma particular. Por exemplo, uma jovem que escuta uma noticia policial de uma filha que assassina a mãe pode achar isso um absurdo, um crime hediondo. Ou ainda pode se deixar influenciar pelos motivos ou pela historia da réu e identificar com a sua realidade de vida, e acabar cometendo um crime da mesma forma ou algo parecido. Os jornalistas, apresentadores, colunistas enfim todo o profissional que de alguma forma expõe uma realidade, uma informação verídica ou não como é o caso das novelas, não tem como controlar ou saber afinal o que o receptor da noticia ou do fato ira pensar ou modificar através do conteúdo exposto.
Devido ao enorme numero de informações recebidas todos os dias as pessoas não tem tempo para repensar ou mesmo concluir algo sobre as noticias e os fatos rotineiros expostos pelas diversas mídias. Conforme o contexto da vida de cada um, algum fato ou informação chama mais atenção do que outros estes então levam a uma discussão com outros consumidores de diversos meios de informação. Ainda pode ocorrer uma reflexão solitária onde o individuo repensa e chega ou não a uma conclusão do tema tudo isso conforme sua experiência de vida.






Samira Suelen Geissler
Liciane Tavares

A Teoria das Mediações em 3 pontos-chave

DIEGO RAMON VALLE VITAL

Neste artigo serão discutidas 3 das concepções fundamentais da teoria das Mediações de Martin-Barbero.

Num de seus vieses mais evidentes, a teoria das Mediações nos apresenta uma percepção diferenciada para a relação existente entre emissor e receptor de determinada mensagem. De acordo com o teórico, o público deixa de ser visto como uma “esponja”. Ou seja, o público passa a ser também parte “participativa” do processo de comunicação de determinada mensagem.

As experiências de vida, o cotidiano, o dia-a-dia, as aspirações teóricas, filosóficas, éticas e morais de cada indivíduo colaboram para a assimilação da mensagem. Dessa forma, antes de acatar tudo aquilo que a mídia lhe apresenta, cada indivíduo é dotado das faculdades necessárias para raciocinar e tecer uma série de julgamentos acerca daquilo que resolverá – ou não – aceitar e tomar como justo.

Ainda de acordo com esta teoria, a investigação e a pesquisa passam a assumir incontestável importância no processo de comunicação, uma vez que é através destes artifícios que os comunicadores – os sujeitos que produzem uma mensagem que será transmitida – passam a conhecer melhor seu público-alvo (quem é, como é, qual as aspirações, os desejos, as tentações), permitindo que se faça um “melhor direcionamento” da mensagem. Por meio da análise do sujeito-receptor, torna-se possível criar um caminho de comunicação mais direto, que toque diretamente na mente e que afete a "percepção consciente" deste mesmo emissor.

Por último, vale ressaltar o papel fundamental assumido pela fragmentação dos públicos receptores nas mediações. A partir do momento em que se cria um ambiente fragmentado, torna-se capaz de reunir um maior número de indivíduos que compartilhem características semelhantes. Diante dessa realidade, os esforços de comunicação tornam-se bastante resumidos, uma vez que os conceitos de repetição e contundência presentes nas técnicas de comunicação de massa passam a dar lugar a uma estratégia simples, mais eficiente e eficaz, que, ao transmitir uma mensagem, amplifica os horizontes de recepção da mesma.

Finalmente, ao levar-se em consideração os três aspectos que aqui foram tratados, é fácil compreender a grandiosidade das ponderações teóricas de Martin-Barbero para o universo das Comunicações Sociais.

sábado, 4 de abril de 2009

A calamidade e os veículos de comunicação

A tragédia que atingiu a cidade de Blumenau no mês de novembro foi um grande exemplo de como os meios de comunicação utilizam a agenda-setting, que é a teoria que procura explicar um certo tipo de efeitos cumulativos a curto prazo que resultam da abordagem de assuntos concretos na mídia. Os veículos de comunicação locais tiveram um acesso mais fácil às informações e as notícias sobre a catástrofe.
Assim a agenda-setting faz com que as mídias ao informar sobre um determinado tema, e se esse assunto tiver continuidade nos meios de comunicação e se este for bastante abordado, maior a importância que o público lhe atribuiria na sua agenda.
O tema tragédia, drogas, morte sempre traz interesse as pessoas, facilitando que os veículos de comunicação passem as informações ao seu público alvo. A calamidade que atingiu a cidade ficou destacada em todo Brasil. Diversos veículos veicularam informações, cada qual com seu jeito de fazer notícias. A tragédia foi associada com outras áreas do Brasil que também estavam sendo atingidas pela chuva.
Assim, podemos afirmar que as mídias ao formarem seu agendamento fazem com que as pessoas passem” a pensar sobre o que” e “não pensar o que”.