quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Ser invisível - O Desafio
Ok, confesso: quando a professora disse isso em aula, a primeira coisa que me veio à mente foi um episódio antigo do Chapolin Colorado, onde havia uma "tinta da invisibilidade", que estava em posse de alguns ladrões e, ao fim, acabou confundida com tinta comum.
Comecei a "viajar" nessa idéia, de que seria preciso uma tinta da invisibilidade para impedir alguém de interferir no trabalho alheio durante a pesquisa de NewsMaking – talvez nem assim.
Seria preciso parar o trabalho de alguém em algum momento pra fazer perguntas, tirar dúvidas, pegar depoimentos... Ou interferir, mesmo que discretamente, mesmo ficando no canto da sala com uma prancheta na mão, mesmo tirando algumas fotos, não tem como passar despercebido. Sempre vai existir aquela sensação de "acho que estamos sendo seguidos".
Então, essa invisibilidade que o NewsMaking ensina, me parece um tanto impossível. Discrição, isso sim é possível, mas em uma redação jornalística, não há modos de você não ser notado ali. A não ser, talvez, a tinta do Chapolin.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Um por todos e todos pela mesma causa
Domingo, 23 de novembro de 2008 para muitos a data ficará marcada para sempre. Chovia a quatro meses no vale do Itajaí, às 7h da manha daquele domingo a rua mais baixa da cidade era atingida. A Rua 1º de janeiro estava submersa,as águas subiam e rapidamente inundava as casas da rua. O desespero estava no rosto de cada um que via a cena.
Essa tinha tudo para ser igual a enchente de 1984 quando o rio Itajaí Açu atingiu os 15,46 metros de altura. Porém, o diferencial foi a quantidade incontável de deslizamentos. Dessa vez, o perigo vinha com a cheia do rio e que inundava as casas e os deslizamentos de terra que cobria as residências. O saldo da catástrofe foram milhares de desabrigados e centenas de mortos. A vinte e quatro anos atrás os estragos causados foram mais amenos, as águas subiram deixando marcas e ao final da enchente pode-se recuperar muita coisa, diferente de novembro de 2008 em que muitas casas e ruas deixaram de existir no mapa.
De imediato o que se pode acompanhar por toda a cidade de Blumenau eram, militares do exército, grupos da defesa civil e jipeiros da região que corriam contra o tempo tentando salvar o que viam pela frente. Moradores registraram momentos nunca vividos pela cidade. Vídeos e fotos foram registrados e circulam pela web, mas muita coisa ficará guardada apenas na memória dos blumenauenses.
Sem energia elétrica em muitos pontos da cidade, devido a quedas de barreiras a imprensa local trabalhou em conjunto. Primeiramente como ponte de auxilio para quem precisava de socorro. A rede da solidariedade que reuniu TV Galega, TV Legislativa e Furb TV - esse é o exemplo que melhor reflete como foi a cobertura da imprensa na região. As equipes não mediram esforços e no estúdio apertado da TV Galega se revezavam para transmitir informações que muito auxiliavam as equipes de resgate.
Em pouco tempo a mídia mundial estava atenta a tudo que acontecia no Vale do Itajaí. A BBC está entre as mídias mundiais que acompanharam as informações divulgadas pela rede da solidariedade.
Cobertura sobre enchentes 2009
Pessoas apreensivas em busca de notícias de seus familiares ainda sem previsão de quando iriam ser atendidas, casas em risco, pessoas desaparecidas. Em meio á tanta perturbação, a imprensa local fez um trabalho memorável junto a população, auxiliando-a a buscar e receber ajuda, localizar familiares, avisar aos demais a situação de como estavam comunidades muitas vezes isoladas, informações essas que chegaram por meio de rádio-amador já que a energia elétrica levou sete dias para se normalizar.
Os “blogueiros” viram aí uma maneira de socializar seu trabalho, divulgá-lo e de alguma maneira ajudar familiares e amigos das vítimas nas transmissões de informações do estado dos mesmos. Além dos textos muitas vezes amadores e em certas ocasiões com informações errôneas – não propositalmente, levando em conta o estado de calamidade que tomou toda a cidade- fotos ajudaram todo o Brasil a acompanhar e ajudar os necessitados.
Nesse aspecto, esse “novo” tipo de comunicação mostrou-se muito eficaz e útil para todos os interessados, os blogs fizeram com que pessoas do outro lado do mundo tivessem a informação e fotos em tempo real de tudo o que estava se passando em Santa Catarina.
Julia Graziela Bonickoski
Catátrofe Natural em Santa Catarina
Tamanha catástrofe que todos os meios de comunicação tiveram qu esse render a cidade. Até mesmo programas de televisão que tratam de assuntos do cotidiano, foram quase que obrigados a tratar sobre o assunto, já que muitas cidades estavam sem comunicação, então, para parentes e para as próprias vítimas ficarem por dentro da situação, todo e qualquer meio de comunicação, profissional ou não, eram bem vindos. Claro que lembrando, divulgar somente noticia precisas, ou como aconteceram muito, pessoas leigas entravam em contato com os meios de comunicação da região, que ainda conseguiam manter-se no ar, para passar informações do que estava acontecendo ao seu redor, e assim poder guiar moradores e oficiais.
Pode-se analisar o quanto cresceu numero de blogs neste período, muitas pessoas sentiam a necessidades de contribuir com o que podiam, e os meios de comunicação oficiais, também atualizavam suas páginas várias vezes por dia, juntos em uma só corrente.
Passado o grande susto, muitos blogs saíram do ar, pois realmente foram criados para suprir a população de informações vindas do maior número de fontes possíveis. Porém alguns ainda se mantém no ar, como o Alles Blau, um dos mais acessados durante o mês de sua criação, novembro de 2008.
A mídia em geral, cumpriu mais uma missão: fez uma cobertura, entendo que realista, passaram-se algumas informações erradas, principalmente sobre a exata localidade do desastre, mas em que estava ao seu alcance, passaram ao publico muito do que nós aqui sentimos. Pode-se ver isto claramente pelo apoio que a cidade recebeu e ainda recebe, de doações em dinheiro, roupas, alimentos ou até mesmo solidariedade, palavras de consolo.
Christiane Mara Theiss
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Cobertura sobre a enchente: Blog Sala de Notícias
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Domingo, 23 de Novemvbro de 2008 - Disponível aqui!
Neste primeiro momento, o Blog limitou-se a prestação de serviços através da divulgação de textos liberados pelas Assessorias de Imprensa. Apesar da forte característica opinativa, em momento algum a opinão o autor do Blog interviu nas postagens.
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Segunda-feira, 24 de novembro de 2008 - Disponível aqui!
Neste dia, uma postagem extensa ocupou o espaço principalmente destinado à divulgação de boletins de Orgãos Públicos. Um único texto de autoria o produtor do Blog foi encontrado que, apesar de erros de pontuação, deu mais informações sobre o trabalho da Defesa Civil em Blumenau.
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Terça-feira, 25 de novembro de 2008 - Disponível aqui!
No terceiro dia após a tragédia, o blogueiro utilizou outras fontes para abastacer o blog. Além disso, fez uso de textos de outros jornalistas para atualizar as informações sobre a enchente e deslizamentos na região. O blog serviu também, nesse dia, como interlocução de empresas com funcionários para avisar sobre expediente, assim como incentivar aqueles que não foram atingidos a colaborarem com as vítimas.
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Quarta-feira, 26 de Novembro de 2008 - Disponível aqui!
O presidente Lula visita o estado. Ele divulga que o presidente pedia aos brasileiros para rezar por Santa Catarina. Continuava comentando que o governo federal estará com o estado durante todo o processo de reconstrução e que seria solidário com a tragédia de todos os habitantes da região.
No mesmo dia ele posta textos encaminhados pelas assessorias de comunicação da Vivo e da Karsten em que as empresas pedem a mobilização de todos os colaboradores em prol da tragédia e, além disso, pede o auxílio de todos os que puderem entregar donativos para ajudar as vítimas.
Utiliza como fonte a assessoria da prefeitura para solicitar alimentos para os desabrigados.
No mesmo post ele fala que o tempo na região se manterá instável até sexta-feira, mas que o nível do Rio Itajaí Açú continuará baixando.
Utiliza o espaço para prestar outros serviços par aajudar os moradores. Divulga lista com postos de coleta de donativos.
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Quinta-feira, 27 de novembro de 2008 - Disponível aqui!
No quinto dia de cobertura, o blogueiro, de maneira geral, se dedicou a informar sobre os trabalho de personalidades políticas sobre a catástrofe. No total, foram 5 postagens com o foco político, no mesmo dia.
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Sexta-feira, 28 de novembro de 2008 - Disponível aqui!
O sexto dia de cobertura foi dedicado à divulgação do interesse da grande imprensa ao desastre em Santa Catarina. Das três postagens, duas delas se referiram ao possível apoio da Rede Globo às vítimas da enchente.
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Sábado, 29 de Novembro de 2008 - Disponível aqui!
O sétimo dia de cobertura foi dedicado as conseqüências que o desastre natural na região poderiam ocasionar. Desde a preocupação do vice-governador do estado, Leonel Pavan (PSDB), com a queda no movimento turístico em Santa Catarina, até a saúde pública com o alto número de animais mortos. O blogueiro também procurou orientar os leitores sobre as ações corretas que deveriam ser realizadas por quem mora em áreas de risco .
A TRADICIONAL COBERTURA ANÔNIMA
Nos espaços mais tradicionais (a citar o exemplo dos jornais e redes de televisão – ambos abarcando também o âmbito virtual através de seus diários online), a abordagem sóbria, por vezes surpresa, dando ares de assustada, foi aos poucos dando lugar a um tom catastrófico e superlativo. O desespero, a desgraça e a tragédia foram somados à realidade repetitiva e “inoriginal” advinda do mais direto exagero. Ainda que não deixassem os fatos de lado, os meios, de certa forma, optaram por adotar uma postura em muito semelhante à natureza chamativa do “showsacionalismo”. E assim, aquilo que de fato se poderia considerar importante em cada nova ocorrência acabou perdendo espaço.
Em trajetória adversa, porém não conflitante, seguiu a cobertura realizada pelos meios ditos “alternativos”. Blogs, páginas pessoais, websites de ilustres anônimos também firmaram pé na busca pela transmissão da correta informação. Muitos desses “anônimos”, inclusive, puderam, muito mais do que a simples análise da situação momentânea, fornecer dados reais, de viva parcialidade, frutos que só poderiam ser colhidos por aqueles que se encontrassem realmente no olho do furacão.
Diante do cenário de dificuldades que se apresentou a partir daquele Novembro, fenômeno mais do que visível foi a constante busca dos “tradicionais” pelas palavras livres e cruas – nuas, muitas vezes – daqueles “anônimos” que a tudo observavam bem de perto. Dessa forma, pôde-se perceber a explosão de entrevistas, comentários e reportagens criadas no melhor estilo web 2.0: com os usuários “construindo” os meios online, dando sua contribuição para, através da vivência real time da situação periclitante, adicionar um valor a mais na imagem dos meios.
Durante a cobertura da tragédia, informação e contribuição se tornaram dois termos que, mesmo não sinônimos, passaram a representar o mais transparente lado da verdade colaborativa.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Para estudantes de jornalismo recém-formados ou ainda em processo acadêmico, a oportunidade de se estar dentro de uma redação e acompanhar todo esse processo é no mínimo, essencial. Um aprendizado da vida diária das redações que em todo o tempo de vida acadêmica não se faz presente com tanta intensidade. Mauro Wolf, no livro “Teorias do Jornalismo” a teoria articula-se em três vertentes principais: a cultura profissional do jornalista, a organização do trabalho e os processos produtivos.
Se de um lado necessita-se de notícias e informações cada vez mais sérias, com o máximo de precisão para todas as pessoas, de outro está o fator tempo. Esse que pode delimitar até onde o profissional pode ir, pode até medir sua competência no meio profissional. Vários casos já foram registrados de informações serem passadas de maneira precipitadas, deixando os envolvidos de maneira complicada.
O que é cada vez mais difícil é aliar a credibilidade com todos os contratempos de uma redação.Mas os que conseguem fazer isso de modo sério, merecem nosso admiração.
Julia Graziela Bonickoski
Newsmaking: a oportunidade
Esta experiência não pode ser apenas encarada como uma pesquisa que servirá de tese para um trabalho escolar. Ela retrata a realidade do dia-a-dia e ajuda a enriquecer o conhecimento sobre a arte de produzir notícias. Na redação, os critérios de noticiabilidade estão cravados na cabeça de editores e repórteres. As sugestões chegam a todo o momento e as decisões são rápidas. A correria atrás de fontes também. É este momento mágico que o jornalismo proporciona que precisa ser vivenciado por quem um dia dele quer participar. É hora de conhecer as dificuldades, os jeitinhos e observar como cada jornalista se arma para não perder uma boa pauta.
Este momento não deveria ser desperdiçado por quem pretende encarar esta profissão no futuro, que como os antigos têm a mania de falar, vira uma cachaça. É um mundo corrido, estressante, meio louco é verdade, mas fascinante. Se você tiver oportunidade de ter esta experiência não desperdice.
Newsmaking
É um método que aplica a teoria de organizar pautas de uma redação,o jornal deve se terminado no prazo estabelecido,deve-se levar em consideração a concorrência de outros jornais.
O leitor vai escolher qual jornal irá comprar de acordo com relevância e atualidade das notícias,a qualidade do texto e aspecto gráfico do jornal, são conceitos extremamente necessários em uma redação.
Michele Chagas
Informação e release
Apenas sair divulgando informações recebidas por release acredito não ser jornalismo profissional. Muitas vezes é através de releases que corporações montam sua imagem, muitas vezes buscando a autopromoção, fazendo mais do que é para se beneficiar da divulgação das informações ligadas ao tal release.
Montar um roteiro para então criar sua matéria é o que dá sentido as informações divulgadas por qualquer meio de comunicação. Entrevistas, enquetes fontes diversas dão valor ao que está sendo divulgado.
Exclusivamente na televisão o texto não pode ser divulgado na sua totalidade, já que a televisão não dispõe do mesmo tempo que um jornal ou revista pode ter na vida do leitor. Nos telejornais não existe o banco de dados onde a informação é assistida e poderá ser reapresentada dali a cinco minutos, quando o espectador tiver interesse.
Em seu trabalho apresentado no XXX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Santos – em 2007 a acadêmica de Publicidade e Propaganda do CEULP/ULBRA Hamistelie Roberta Pinto de Sousa Soares discute a importância de a informação ser muito bem processada antes de ser veiculada.
“Na tv, a notícia é uma escolha unicamente dos jornalistas. O público não pode escolher que outros acontecimentos gostaria de tomar conhecimento. Nos outros veículos, o receptor não pode saber sobre todos os acontecimentos que poderiam ter virado notícia, mas tem uma variedade maior de assuntos à disposição. O que é apresentado nos telejornais é uma escolha exclusiva da equipe envolvida na produção do programa telejornalístico.”
Somente com muita experiência é que o jornalista consegue divulgar em menos tempo o maior numero de informações. Já que segundo uma expressão popular de autor desconhecido, “na televisão tempo é dinheiro”.
João Vitor Gonçalves e Myrella Sabrina
Christiane Mara Theiss
Newsmaking
Entende-se por newsmaking o processo da produção da notícia com planejamento. Os veículos de informação devem cumprir algumas tarefas neste processo no planejamento:
• Reconhecer entre os fatos, aqueles que podem ser notícia.
• Elaborar formas de relatar os assuntos.
• Organizar (tempo e espaço) o trabalho para que os acontecimentos noticiáveis possam ser trabalhos de maneira organizada.
Portando, esta ferramenta analisa o conjunto de critérios que definem a noticibilidade de cada tema, ou seja a importância que tem para o público alvo e a empresa. Esta análise tem com referência o comportamento e a rotina dos personagens antes, durante e após a notícia.
Construindo a Notícia
O primeiro passo para a construção de uma notícia é decidir quais fatos são realmente relevantes para a sociedade. É o trabalho do jornalismo filtrá-las, baseando-se nas rotinas das redações. Nem todas os acontecimentos podem ser considerados como notícias relevantes. Muitos fatos não geram interesses para a sociedade em geral, mas somentes a pequenos grupos. A verdadeira notícia tem como objetivo informar o receptor daquilo que acontece a sua volta.
Cada veículo de comunicação adapta a notícia ao seu próprio formato. A TV tem uma forma específica, o rádio a dela, e o jornal ainda uma diferente. Mas cada um transforma um fato em algo importante para as pessoas. Quanto mais um fato é relevante para um grande numeros de pessoas, mais ela pode ser considerada uma notícia. Dependendo do grau de surpresa, ou a quantidade de pessoas envolvidas, mais ela pende na balança das redações.
É dever do jornalista ir atrás dos fatos. Deve sair a rua e enxergar aquilo que se esconde nos grandes centros. Deve participar ativamente das reuniões de pautas. Esquecer o telefone pode ajudar a criar um novo tipo de jornalismo, onde as notícias são construídas baseadas na ética e na responsabilidade social. Isso é construir uma notícia.
NEWSMAKING
O newsmaking é uma teoria colocada em pratica sobre os critérios da noticiabilidade, valores da noticia, construção da audiência e rotinas de produção.
Ela aborda a produção das noticias em série. A notícia é repassada ao leitor de maneira rápida, quase que instantaneamente. Desta maneira, nos sites especializados em jornalismo digital, as notícias devem ser elaboradas de maneira rápida e precisa.
No newsmaking, o processo de produção da notícia é planejado como uma rotina industrial.
Ele aperfeiçoa as investigações do Gatekeeper, e investiga com mais detalhes a cultura de trabalho dos profissionais de mídia. Estuda o processo de industrialização das informações fornecidas pela realidade, processo este utilizado pelos profissionais da mídia para avaliar o valor de uma informação como notícia.
Morena S. Teixeira
O jornalista iniciante
Aluna: Samira Suelen Geissler
Responsabilidade do profissional
Para isso a importância do conhecimento real da situação que será noticiada e ter fontes confiáveis. Todo esse trabalho passa por um processo de filtragem de informações, levando em consideração sempre o horário e o público alvo de cada reportagem.
A experiência, geralmente facilita esse trabalho do editor, porém em certas ocasiões nem mesmo todo conhecimento do assunto torna fácil a produção desse material. É nesse momento que entra o feeling do profissinal para optar pela melhor maneira de confeccionar a matéria.
Luana Nascimento
NEWSMAKING: UMA PERSPECTIVA 2 EM 1
A Teoria do Newsmaking mescla dentro do ambiente profissional do jornalista duas realidades que, em separado, guardam severas semelhanças. De um lado, a rotina, a repetição cotidiana que faz parte do dia-a-dia de cada pessoa; um amontoado de hábitos e costumes que, por seu caráter rotineiro, tornam-se familiares e comuns. De outro, o aspecto irreal da existência, o “lado B”, que resume à pura e simples observação um posicionamento abstrato diante dos fatos; tal como no mundo das artes, quando o olhar mágico da câmera de um cineasta se volta para o outro lado da tela e passa a retratar não aquela seqüência de atos e fatos que o roteiro indicam, mas sim aquilo que torna cada um dos envolvidos na construção da trama um personagem real, da mesma forma, o caráter “curiosista” dos observadores retrata aquilo que se esconde por detrás da notícia relatada.
Somando, então, as duas realidades, o newsmaking, quando metodicamente executado (comprometido, dessa forma, com o rigor científico que a excelência dos métodos oferece), oferece ao conhecimento de todos um novo mundo. Simplesmente por relatar aquilo que se passa de mais corriqueiro durante – e não após – a produção de uma notícia (ou qualquer elemento jornalístico em si), abre as portas da compreensão, fazendo-nos perceber a realidade que vai muito além da mera elocução dos acontecimentos cotidianos.
Newsmaking
Mais do que uma avaliação pessoal, o newsmaking funciona como um olhar sobre o contexto do trabalho jornalismo. Desde a definição das pautas até o fechamento da edição. Fica explicito o meio em que e elaborada e veiculada a noticia. O critério que cada c redação vai usar para analisar o assunto em pauta.
A avaliação da parte técnica acaba se tornando outro recurso fundamental para o bom desempenho do trabalho jornalístico. Com o newsmaking você também conseguirá ter um panorama desde serviço operacional que interfere diretamente do resultado da produção jornalística.
Para obter uma pesquisa criteriosa com o newsmaking não existe uma definição exata do tempo necessário para acompanhar o trabalho dos profissionais de jornalismo, mas quando maior o tempo em observação, mais facilidade você ira ter para chegar às devidas conclusões. Se mantendo o mais invisível possível, que for utilizar a técnica do newsmaking, devera alcançar uma devida proximidade com a realidade daquele meio em analise. Uma observação em silenciosa e com um grau necessário de afastamento. Enquanto menos houve envolvimento, mais fácil ficará manter o senso critico necessário para a avaliação do newsmaking.
Um mundo diferente
Newsmaking pode identificar e protagonizar personagens chaves. Estes que muitas vezes por nós pouco valorizados. Um jeito de comunicar e demonstrar a rotina puxada daqueles que geralmente ficam por trás. Ao realizar um trabalho de Newsmaking você pode se aprofundar na trajetória, na formação jornalística e hábitos da pessoa ou meio de comunicação da sua pesquisa. Junto a esse trabalho pode ser utilizado à análise de conteúdo como também a análise sociocultural e histórica. Agora fica com você iniciar ou não seu Newsmaking...
Daniela Hertel
NEWSMAKING E A NOTÍCIA
A teoria ensina como deve ser a questão ética de veiculação. Porém, a prática se difere muito dessa realidade. Afinal, cada repórter, de acordo com os interesseses do veículo, tem a possibilidade de seguir até onde é de seu interesse.
Segundo Pena “Embora o jornalista seja participante ativo na construção da realidade, não há uma autonomia incondicional em sua prática profissional, mas sim a submissão a um planejamento produtivo. As normas ocupacionais teriam maior importância do que as preferências pessoais na seleção das notícias”.
A noticiabilidade é negociada na redação por repórteres, editores, diretores e outros autores do processo produtivo. Para Nelson Traquina e Pierre Bourdieu, “os jornalistas têm óculos através dos quais vêem certas coisas e não outras. Vêem de certa maneira as coisas que vêem. Operam uma seleção e uma construção do que é selecionado”.
Por isso, o que é notícia para um veículo, pode não ter importância naquele momento para o outro. São vários fatores dispostos nessa questão, que fazem a notícia acontecer e aparecer.
Francielle Furtado
Teoria Newsmaking
Mauro Wolf, no livro “Teorias do Jornalismo”, ilustra bem essa concepção teórica. Para ele, a teoria articula-se em três vertentes principais: a cultura profissional do jornalista, a organização do trabalho e os processos produtivos. Nesse contexto, a produção da notícia é planejada como uma rotina industrial. Assim, o jornalista deixa de ser um participante ativo na construção da realidade, submetendo-se ao planejamento produtivo. “Diante da imprevisibilidade dos acontecimentos, as empresas jornalísticas precisam colocar ordem no tempo e no espaço. Para isso, estabelecem determinadas práticas unificadas na produção de notícias. É dessas práticas que se ocupa o Newsmaking” (Pena, 2005, p. 130). Dentre as práticas apresentadas por essa teoria, destacam-se as seguintes:
Assessoria de Comunicação para entidades
Com os estudos desenvolvidos, resultou na elaboração e execução de um plano de assessoria de comunicação com produtos em diferentes mídias, num projeto de assessoria de imprensa voltado a dar visibilidade ao cliente com diferentes ambientes temáticos.
A prática deu aos alunos uma visão crítica em relação as e entre as assessorias, organizações e dos meiosde comunicação de massa.
O projeto de assessoria, realizado no ano de 2006, teve como parceira a Associação Paraense de Pessoas com Deficiência, que possui 25 anos de existência e com quase 25 mil associados no Pará.
Pensamos que este tipo de trabalho voluntário, pode ajudar uma instituição e a desenvolver nossa experiência como jornalistas, de uma forma prática e voluntária. Pode ser certamente feita em momentos oportunos visando em resultados surpreendentes para o jornalista e a instituição.
André Ferreira
Todo o dia ela faz tudo sempre igual
Muito diferente do estrelado, o jornalismo faz parte de um processo de industrialização da notícia. Para não deixar que a rotina seja modificada drasticamente, com fatos surpresas e acabe prejudicando a produção, rituais são criados para facilitar e padronizar a veiculação da informação.
Esses rituais são estudados através do Newsmaking, teoria que visa observar, analisar e buscar uma compreensão dos bastidores da notícia. Esse aprofundamento dos pensamentos dos profissionais da comunicação nas redações ajuda a entender os critérios de noticiabilidade utilizado de cada veículo.
“A mensagem é um produto socialmente produzido”, portanto, somente uma verificação das influências organizacionais, culturais, econômicas e políticas nos ajudam a entender porque certas informações são noticiadas e outras não. “A notícia é uma forma de ver, perceber e conceber a realidade. É um autêntico sintoma social e a análise de sua produção lança muitas pistas sobre o mundo que nos cerca” (FONTCUBERTA apud PEREIRA JR., 2003, p. 64).
Quem não conhece a música Cotidiano, do talentoso Chico Buarque basta clicar no link abaixo
http://www.youtube.com/watch?v=3ZW_keqnzD8
Quanto ao Newsmaking, eu considero de extrema importância.
A empresa que dá essa oportunidade, que autoriza um estudante a fazer este tipo de análise, esta fazendo com que ele tenha uma boa evolução, que ele aprenda, que ele tire suas dúvidas e veja como é o funcionamento de determinada empresa, de como funciona o seu dia-dia, ou de como funciona uma determinada editoria ou diagramação.
Acompanhar todas as áreas é um fator difícil para quem vai explicar, e para quem vai aprender. O processo de como funciona um jornal, por exemplo, é bem extenso até o momento de sua impressão, muitas "cabeças" rolam até lá. Isso acontece na verdade em qualquer impresa, faz parte do processo.
O importante é batalhar, correr atrás, insistir. A área é vasta, e é sempre bom saber sobre tudo que envolve o Jornalismo.
Edilene Freitas Grahl
A internet exige muita rapidez e, além de tudo, é um veículo de comunicação de muita utilidade, hoje se pode fazer quase tudo através dela, como olhar fotos de qualquer lugar, a qualquer hora, em qualquer site, inclusive visões diferentes sobre um mesmo assunto.
Antigamente, as fotos eram bem diferentes. Além de serem em duas cores (preto e branco), só era possível ver o resultado do trabalho de fotografia depois de a foto estar impressa. O tempo passou, apareceu a revolução tecnológica, onde as fotos ganharam cores, tamanhos, formatos, versões... Agora é possível apagar um retrato que você não gostou com apenas um clique, e aquela foto que você achou tão linda, pode mostrar para todos os seus amigos através de sites como o Orkut e o Fotolog.
Toda essa mudança tem ajudado muito aos profissionais da fotografia, dando mais credibilidade e informação para as matérias na internet, além de mudar esteticamente as publicações e facilitar a leitura por meio das boas imagnes (que valem mais do que mil palavras) onde o internauta pode ler as notícias sobre seu assunto favorito com um tempero a mais. E tempero de qualidade!
Leia mais em
A Imagem na Web: Fotojornalismo e Internet
Jorge Carlos Felz Ferreira_
http://bocc.ubi.pt/pag/felz-jorge-imagem-web-fotojornalismo-internet.pdf
Puxa, recolhe, estica e talha
Chique, não?
O Newsmaking é teoria de estudo sobre as rotinas de trabalho nas redações jornalísticas, incluindo o processo de organização e industrialização da notícia que, como uma máquina de costura, só para quando o sino tocar. Felipe Pena, em Teoria do Jornalismo, destaca o tempo como fator importante dentro das práticas do Newsmaking .
“Diante da imprevisibilidade dos acontecimentos, as empresas jornalísticas precisam colocar ordem no tempo e no espaço. Para isso, estabelecem determinadas práticas unificadas na produção de notícias. É dessas práticas que se ocupa o Newsmaking.”
Dentro deste tempo, antes de o sino tocar, ainda devem ser levadas em consideração outras práticas. Anote aí: a noticiabilidade, critérios que escolhem entre um mundarel de fatos, um número limitado de notícias; sistematização, rotina que divide as ações entre pauta, reportagem e edição; e os valores-notícia, o senso comum da redação.
Ufa, tão suado quanto o puxa, recolhe e talha, não? Acredite: fábrica e redação não são tão diferentes asssim.
Jornalismo Comunitário – Levando arte à comunidade de Roraima
Este, denominado Ondas de Arte, busca através de todo tipo de arte, seja ela plástica, cênica, musical e até mesmo a dança, trazer para a comunidade informações e entretenimento.
O programa que procura debater a arte local, tem com o objetivo entrevistar os artistas da comunidade e pessoas profissionais no assunto, integrando assim os interessados no movimentos que são e os que serão realizados.
A idéia de formato do rádiojornal seria um programa de 30 minutos, separados em 3 blocos, que aconteceria aos sábados pela manhã em freqüência FM.
Para iniciar este trabalho, a equipe fez um estudo prolongado sobre a situação das classe baixas no Brasil e descobriu que este número está em queda. Ou seja a classe baixa no país está diminuindo.
Alunas: Liciane Tavares, Luana Nascimento, Samira Geissler.
A televisão por tras das câmeras
Para isso, o programa deve se ater, ao interesse público e o interesse do público, como por exemplo, divulgar marcas de carros que necessitam de recall (troca de peças que as montadoras fazem em peças ou lotes defeituosos) Além de divulgas as tendências de mercado, novidades que muitas vezes poucos podem adquirir, mas que faz parte da paixão do brasileiro.
Automobilismo: Falar de automobilismo no Brasil não é difícil. A paixão nacional tem nome, Airton Senna.
O estudo sobre os bastidores da televisão é algo que nos intriga. Acreditamos que a análise da produção seja a melhor maneira para se compreender através da estrutura, da linguagem, as várias faces do jornalismo esportivo.
Com o crescimento das novas tecnologias a televisão está a cada momento sendo testada. A necessidade de atualização somada a agilidade da informação pede, diversidade, criatividade e pluralidade de vozes, para manter os telespectadores atentos.
No trabalho “Tele-Visão: Um documentário de televisão sobre jornalismo1” submetido ao XIII Expocom Nacional (região sul) 2007, na categoria Cinema e vídeo, modalidade vídeo educativo, fica evidente a importância da reportagem nos programas esportivos.Através de pesquisas, grupos de estudos e ainda reforçada por essa paixão nacional, a produção do programa se organiza e produz pautas que tenham importância no cotidiano das pessoas.
O programa busca atingir dos mais jovens aos mais experientes, cada qual com seu interesse, peculiaridades a parte a cultura brasileira é que torna esse esporte uma paixão. Aficionado ou não, o foco do programa é divulgar o empreendedorismo e esporte automotivo no vale do Itajaí.
João Vitor Gonçalves e Myrella Sabrina
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
O Medo da Morte
A morte não pode ser evitada. Mesmo que lutemos contra ela com todas as nossas forças, ela sempre estará ao nosso lado. É um fato. Ela é um processo natural de tudo aquilo que respira, e precisa ser aceita e respeitada. Por que temos tanto medo dela? Por que ela nos parece tão assustadora? Todas estas perguntas se escondem no interior das grandes cidades, e estas respostas se escondem em nossos corações.
Quem vive, precisa morrer. Queremos viver para sempre, de preferência em meio à fortuna e o prazer. É certo que o homem não nasceu para viver na miséria, mas todos sabem que tudo ficará para trás e que cedo ou tarde teremos de encarar a realidade. Nossos carros, nossas casas, nossos familiares, nossos amigos, nossas realizações, nossa segurança, vão permanecer onde estão: neste planeta. É provável que ninguém se dará conta desta realidade antes de serem acometidas por uma perda profunda, que lhes mostrará o terror do vazio e da solidão. Nesta hora, o individuo percebe que na verdade ele não era apenas um produto do capitalismo, que trocava sua energia vital por mercadorias, mas que sempre foi e sempre será, um ser humano que sente e sofre.
Nossas ocupações são o melhor remédio para evitarmos pensar nela. Elas desviam o nosso pensamento da imagem da cova. Fazem com que nossa mente use a ideologia social com justificativa. Assim, é muito mais fácil e seguro. Porém, independente do que façamos, um dia teremos de enfrentá-la. A morte virou um tabu, porque a sociedade capitalista não quer que você deixe de se importar com ela, com seus padrões, com seus sorrisos, suas imagens, suas promessas. Tudo mentira. Você pode lutar a vida toda para ser alguma coisa ou alguém, mentido para si mesmo e para os outros, mas o buraco será cavado igual, você aceitando ou não.
Temos medo da morte, porque tudo aquilo que amamos ficará aqui. Ter a consciência de que iremos morrer ainda na juventude pode ser muito bom: ela nos poupará de muitas ilusões. Que ela venha. Não tenho medo dela. Por quê? Porque não quero nada.
“Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte” (Freud)
Uma revista que conta história
Escrever uma reportagem é, antes de mais nada, contar uma história. Pode ser a história de uma vida, a história de um acontecimento, a história de um lugar, a história de uma viagem. Mas não deixa de ser uma história. Portanto, antes de se fazer uma reportagem, há de se ponderar se a história que vai ser contada merece efetivamente ser contada, à luz do critério de noticiabilidade.
O produto jornalístico de que trata esse artigo foi criado dentro do curso de jornalismo da Universidade de Brasília. A Revista Campus Repórter contou com a participação de cerca de dezessete alunos que se empenharam em traduzir para texto, diversos temas que circundavam suas respectivas realidades. Foram desenvolvidas pelos estudantes seis grandes reportagens, uma crônica, além do editorial.
Não houve uma definição específica de pauta. Cada um, dentro de seu conhecimento acadêmico, criou uma reportagem dentro dos padrões estudados em sala de aula. O objetivo maior do colegiado foi incitar os estudantes a exercitarem a produção, apuração e apresentação de grandes reportagens.
Trata-se de uma revista noticiosa de informação e entretenimento que valorizou muito a utilização de designer gráfico, além de investir em reportagens encorpadas, aprofundadas e bem estruturadas, que mostram o contexto e a história do assunto. Entre as pautas podemos encontrar saúde, política, geral, cultura, história, crônicas, além de uma entrevista rica em detalhes com o jornalista José Hamilton, que dá dicas de como escrever uma grande reportagem.
A Comunidade do Contorno Sul
O livro reportagem Contorno Sul – Para onde vai o jovem da periferia curitibana, de Estelita Hass Carazzai retrata a vida das pessoas que vivem no anel rodoviário do Controno Sul, mais conhecido como uma vila.
A autora narra a história de três moradores do local, Ana Cláudia Bento, Claudemir Guerra e Regiane Rodrigues dos Santos. Carazzani relata o cotidiano dos jovens que vivem na vila e que buscam um emprego digno e que muitas vezes está perto, porém os moradores do local sofrem discriminação. Não só de empregos os jovens precisam, mas também de novas oportunidades, estas muitas vezes negligenciadas pelo poder público.
A vida na periferia é suada e muito triste, porém aquela comunidade demostra ser diferente, por sua união.
Ao ler algumas páginas do trabalho mencionado acima observou-se a riqueza dos detalhes, no qual foi possível fazer parte daquela vila durante a leitura. A forma em que a autora retratou os personagens, fez com que os mesmos passassem de simples moradores de uma região carente. para grandes heróis. Realidade esta que ocorre em outras cidades do Brasil.
Um ponto de relevância nesse livro-reportagem é a forma que Estelita conduz a religiosidade, que os moradores do local, se prendem para superar os problemas enfrentados.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Por mais tempo do que a cobertura do fato
A mídia não é vista, contudo, como uma simples imposição de pensamentos e idéias a quem ouve, lê ou vê. Afinal de contas, o receptor é livre para aceitar ou não aquilo que é veiculado. Mas precisamos deixar claro, porém, que há uma tendência do público a julgar a importância de alguma coisa/fato tendo em vista o que a mídia mostra.
Um exemplo disso é a forma como as notícias são dispostas em um jornal impresso. Umas recebem mais destaque que outras, com cores e mais de meia página ou até uma inteira de capa, outras, em contra partida, ganham espaços bem mais reduzidos, virando muitas vezes apenas uma nota. Isso não significa que esse notícia seja mais ou menos importante para quem irá ver. Acontece a mesma coisa nas emissoras de TV, nas rádios ou internet. Por conseqüência, o que é mais visto, é mais lembrado e mais comentado, ganhando a atenção do público. Não quero com isso falar em heróis ou bandidos. Comento essencialmente o que vejo ocorrer atualmente.
Uma das conclusões em que se pode chegar, tendo em vista inclusice uma frase de McCombs e Shaw, de 1972 é que “Embora a imprensa, na maior parte das vezes, possa não ser bem sucedida ao indicar às pessoas como pensar, é espantosamente eficaz ao dizer aos leitores sobre o que pensar.” E é sobre isso que trata a hipótese do agendamento ou agenda setting.
A agenda setting, busca analisar o jornalismo e a influência da mídia na vida das pessoas. O termo correto a ser utilizado é hipótese e não teoria porque a primeira é um sistema aberto que pode passar por experimentações e está suscetível tanto a erros quanto acertos. Elas buscam encontrar um caminho que ligue várias teorias clássicas, considerando o processo de comunicação um processo com inúmeras variantes e possibilidades abundantes, cujos efeitos são sentidos a médio e longo prazo, por um tempo muito maior do que o tempo que leva a efetiva cobertura jornalística do fato.
Deise Furtado
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Jornalismo,Mercado e Ética
O mercado determina para quem os jornalistas vão escrever. Não importa se os textos se destinam há outros jornalistas, ao grande público, aos chefes de redação, aos anunciantes, ou aos próprios egos, tudo gira em torno das leis que regem o mercado editorial. A função do jornalista, que sempre foi apurar os fatos da forma mais imparcial, muitas vezes tem a opinião de terceiros interferindo em sua ética profissional. A alma do jornalista se corrompe no momento que o dinheiro se intromete na verdade dos fatos.
Muitos jornalistas escrevem para si mesmos. Colocam suas opiniões escondidas nas entrelinhas. Isso alimenta seus egos. Quando estes escrevem visando as opiniões de seus colegas de profissão, estem visam – muitas vezes de forma inconsciente - , reconhecimento e uma possível abertura nos grandes veiculos de comunicação. Ele não está se importando com o real papel de sua profissão, que é trabalhar pela sociedade e trazer os fatos marginalizadaos pelo governo. Segundo Rita Correa: "A noção de que aqueles que relatam as notícias não são impedidos de investigar e de dizer a verdade - mesmo que isso prejudique outros interesses financeiros dos proprietários das organizações jornalísticas - é um pré-requisito para relatar as notícias não só de forma exata mas também persuasiva".
A competição destrói a qualidade dos escritos. A pressão cada vez maior, e a escassez de tempo, forçam o profissional a limitar suas idéias para se enquadrar no padrão determinado pelas redações e também dos anunciantes. A própria competição entre os veículos, ferem a ética e forçam os profissionais a competirem pelas notícias em primeira mão, muitas vezes causando intrigas nos pr´prios jornais, e em outros meios.
Os jornalistas escrevem para a sociedade. Mesmo que muitas vezes não seja assim. Escrevem para as pessoas, e não para o dinheiro. Mesmo que muitas vezes não seja assim. O dinheiro desvirtua a ética, levando o jornalismo a se tornar um fantoche nas mãos do capitalismo. Enfim, para quem eles escrevem? Para o dinheiro.
William Wagner
AGENDAMENTO, IDOSOS, MÍDIA
Julia Graziela Bonickoski
Sabendo que a qualidade de vida de todas as pessoas tende a melhorar, em questões de saúde, educação, moradia... Aumenta-se também a expectativa de vida do ser humano. O Brasil não é uma exceção nessa tendência mundial, o crescimento da população idosa faz com que ele se encontre entre os dez países com maior número de idosos do mundo. Projetos de bem-estar e lazer estão sendo cada vez mais lembrados pelas autoridades a fim de garantir que esse novo público tenha boas condições de viver, na terceira idade de forma saudável em todos os aspectos. Tendo em vista todos esses investimentos, a comunicação não pode ficar “a ver navios”, é preciso acompanhar essa tendência que é mundial.
Assim como apresentado no agendamento Vivaidade – uma experiência de produção em rádio e TV com idosos de Campinas do autor Reginaldo Moreira, percebemos que programas feitos pelos próprios idosos e não apenas voltados para os mesmos surtem mais efeitos em relação à atração pelos temas abordados, linguagem utilizada, além de motivar a quem está envolvido no projeto assim como os que estão acompanham os programas. Esses se vêem como próprios agentes da notícia participando ativamente sejam como expectador na qual pode interagir diretamente, seja produtor das atrações e com isso há o encontro dos interesses e idéias.
Fica para os profissionais da comunicação atualmente o desafio de fazer qualquer tipo de mídia para esse público, que não esteve durante toda a sua vida inserida num contexto específico. Esses idosos de hoje, nunca foram considerados um público alvo. Não havia até pouco tempo uma comunicação tão segmentada como as dos dias atuais, então há de se verificar se os mesmos irão aceitar e irão aproveitar dos benefícios de existir uma comunicação voltada para seus interesses e necessidades. O resultado desse novo pensamento na comunicação resultou no trabalho do autor citado onde segundo ele ”O estimulo à
participação dos envolvidos, tem despertado neles o interesse pelas mídias e despertado
a importância de cada um, na construção de uma nova sociedade.” Ficamos nós, profissionais da comunicação responsáveis pelo crescimento da atenção desse novo tipo de expectador, pois seguindo a tendência mundial será um dos nossos críticos mais exigentes.
A MÍDIA E SUAS PRODUÇÕES
Como o próprio titula foi um grande espetáculo, mas um espetáculo sem palhaço ou talvez sem um bom ator, mas sim com uma vida que acabava naquele instante de forma dramática e inexplicável.
Com esta situação a mídia buscou algo que o público adora. Coberturas de assuntos que comovem, dramatiza e coloca o espírito de “tentar descobrir as coisas” da população. Não foi diferente com este assunto que tomou conta dos bares, empresas e ônibus coletivos do país.
A mídia gerou, cresceu o assunto de certa maneira que alguns veículos criaram até seções específicas do assunto. A TV trouxe boletins diários e horas e mais horas de produção do jeito brasileiro de ser. Já a internet utilizou da sua força e desenvolveu coberturas gigantescas com fotos, depoimentos e história sobre o caso.
Mas esta maneira escandalosa de produção até pode ser normal, pois estamos acostumados com grandes coberturas de catástrofes naturais, acidentes, mortes, escândalos políticos e outros. Só que desta vez os mesmos que criaram a informação acabaram excluindo o Caso Isabella de suas manchetes a exaustão foi tamanha que ninguém, mais suportava o caso, que não evoluía como o esperado pela imprensa.
André Ferreira
A construção da imagem de Porto Alegre através do jornal A Gazetinha
Com carater literário e crônico do cotidiano da cidade, surgiu em 1891 o jornal A Gazetinha criado por Octaviano Manoel de Oliveira. O jornal relatava a realidade e a rotina das pessoas, criando para isso personagens como “o zé povinho”, este, se comunicava através de sua identificação com a população, que até então se sentia orfã de uma representação pública.
No decorrer dos anos o jornal foi sofrendo alterações, não sendo mais publicado com ilustrações e tendo um enfoque mais político, virando ainda um informativo diário. A “voz” do jornal era voltada para os problemas sociais, de saúde pública e de segurança em que se constitui a prostituição, de acordo com a representação feita pela A Gazetinha, a crítica do “vício”, a desordem nas ruas, a moral do cidadão porto-alegrense.
O jornal insistia em publicar a desordem da cidade criticando as autoridades locais que não tomavam nenhuma providência com a situação das ruas, estando cada vez mais caóticas. Colocando assim as outras pessoas da cidades que o jornal nomeia “famílias de bem”, em situações de risco ou mesmo desconforto.
Assim que o objetivo do jornal A Gazetinha foi reconhecido, a sua temática voltou-se para o policiamento urbano. Criando assim um agendamento para o leitor garantir sua segurança. Com este foco o jornal circulou mais três anos pela cidade de Porto Alegre até seu fechamento em março de 1.900.
Liciane Tavares, Luana Nascimento e Samira Suelen Geissler.
AGENDAMENTO E ESPORTE, AUTOMOBILISMO
O público tende a atribuir àquilo que esse conteúdo inclui uma importância que reflecte de perto a ênfase atribuída pelos mass media aos acontecimentos, aos problemas, às pessoas. (SHAW apud WOLF, 2001, p. 144).
A partir dos estudos do mestrando em Educação Física/UFSC , Cristiano Mezzaroba, podemos unir a idéia de que o agendamento das informações acontece diariamente na vida das pessoas. No caso do Jornalismo automobilístico, pode-se apresentar de ”N” formas que façam parte do cotidiano do telespectador.
Tomando como exemplo o programa “Auto esporte” exibido aos domingos pela manhã na TV Globo, podemos perceber que tanto aficionados ou simples motoristas acompanham os programas, seja para pegar dicas; buscando melhorar o desempenho de seu meio de transporte, pelo fascínio de cuidar do veículo ou mesmo para conhecer as novidades, mesmo que nunca tenha condições de comprar.
Neste caso, a teoria do agendamento setting procura diferentes formas de prender a atenção do telespectador e fazer com que, durante a semana ele discuta sobre o que foi transmitido no programa.
A distância entre o telespectador e as informações transmitidas é que geram o interesse. O que dificilmente ele teria acesso para saber sobre o carro do ano, ele pode descobrir através da televisão, sem sair do conforto de sua casa.
Nesse contexto jornalismo e publicidade caminham unidos para atrair a atenção do telespectador, pesquisas são realizadas para saber qual o real interesse do telespectador quando assiste um programa automobilístico. A super produção das cenas exibidas são utilizadas de forma a mostrar o que o carro do ano tem de novidade.
Segundo o IBGE, a televisão está em 90,5% dos lares brasileiros. Por isso a televisão tem maior força que muitos outros meios de comunicação. As imagens são ainda a melhor forma de elucidar as informações apresentadas.
João Vitor Gonçalves.
AGENDA SETTING E A POLITICA PÚBLICA
Segundo o artigo MÍDIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE COMUNICAÇÃO: UMA ANÁLISE EMPÍRICA DA IMPRENSA BRASILEIRA, de Canela – 2007, a mídia e a política pública de comunicação muitas vezes interfere em temas que afetam a vida de todos. Como exemplo podemos citar, que por mais que a mídia insista em não cobrir a saúde, os eleitores vão continuar demonstrando aos seus representantes que este é um assunto central para a população. A mídia é um potencial investigador e fornecedor de informações que muitas vezes são pouco valorizados, porém de suma importância.
A análise de diversos veículos de comunicação, durante um período determinado, permitiu ao autor, a verificação de muitas falhas, estas ocasionadas por falta de agendamento que acabam entrando apenas em seus temas de interesse, esquecendo seu público alvo.
Outro fator importante que a falta de agendamento apresenta é de exercer o verdadeiro papel que a mídia tem sobre os assunto de interrese público. Grandes avanços já foram alcançados porém há muito o que trabalhar nessa questão com a sociedade.
Muitos assuntos relacionados a politícas públicas ainda devem ser agendados, pautados e veiculados, pois desta forma a imprensa brasileira cumprirá efetivamente o seu papel, destacando-se cada vez mais. Situação essa, que hoje não apresenta resultados satisfatórios nas análises.
Sendo assim, percebe-se que uma boa agenda setting em um veículo pode destacar a comunicação em vários segmentos que necessitam de divulgação.
A EXPERIÊNCIA DO RÁDIO NA FORMAÇÃO DO NARRADOR DE FUTEBOL TELEVISIVO
A safra de locutores em Blumenau é boa. Houve uma reciclagem interessante. Muitos jovens hoje vivem do e para o rádio. O futebol, é claro, apresenta- se como o maior e mais importante produto de manutenção dos seus empregos. O que intriga é que esse mesmo futebol passa por uma instabilidade anual que assusta. Logo, a carreira dessas pessoas vive na berlinda.
Por quê o futebol não dá certo em, Blumenau ? A pergunta que não quer calar. Esse vai ser o tema do meu Pré Projeto. A realização do Campeonato Catarinense, até abril, vai servir de fonte importante para dissecar o assunto junto à esses homens da comunicação. Atualmente, três emissoras de rádio de Blumenau transmitem a competição. É bom lembrar, que o futebol é irradiado em nosso país há 75 anos – a primeira transmissão aconteceu em julho de 1931
Tanto o rádio quanto a televisão sempre procuraram conquistar a atenção do público. Desde o momento inicial da televisão, no Brasil, esse meio de comunicação veiculou o futebol em sua grade de programação e procurou contratar os melhores ou mais importantes narradores esportivos que iniciaram suas carreiras atuando no rádio.
Há 56 anos, a TV Tupi, de São Paulo, realizou a primeira transmissão dessa modalidade esportiva em nosso país: Portuguesa de Desportos 3x1 Palmeiras. Desde então, diversos locutores futebolísticos trocaram o rádio pela televisão.
O rádio é o meio de comunicação mais ágil porque não requer um grande aparato técnico para que uma informação seja veiculada. O profissional radiofônico contata a emissora usando um telefone e relata o ocorrido. Por outro lado, a Internet necessita de um computador para que alguém descreva o fato. A televisão demanda o deslocamento de pessoal para registrar a imagem, e os jornais e revistas são os mais lentos.
O rádio é apaixonante e além do mais, serve como uma grande muleta na hora do improviso na televisão, por exemplo. Acredito que antes de sonhar com a tv, o acadêmico de jornalismo deveria viver a realidade do rádio.
Emerson Lair Schelenki
SOCIAL E POLÍTICO: UM SER HUMANO
Diego Ramon Valle Vital
O ser humano é um ente social por natureza. Família, amigos, companheiros de escola e trabalho... ao longo de seu desenvolvimento, cada um constrói um sem-número de redes de relacionamento.
O ápice dessa “sociabilidade”, quando observada pela ótica da relação interpessoal construída por pessoas que dividem um mesmo espaço geográfico (concidadão que habitem um mesmo município, por exemplo), encontra sustento nas atividades políticas de governo. A administração pública, movida pelos interesses comuns de toda uma sociedade, assume, antes de tudo, a importante função de servir como guia em direção ao progresso.
Diante dessa perspectiva, quando correlacionados os aspectos sociais (a relação entre causas e efeitos que, por sua vez, geram o direito à informação e ao conhecimento) e políticos (da administração o pública pura e simplesmente) da sociedade humana, chega-se a um curioso ponto de debate: a disseminação das informações é capaz de influenciar as ações do poder público?
Celso Moreira de Mattos, no estudo “Imprensa e Câmara: um estudo sobre o agendamento”, traz à baila essa discussão, ao analisar a forma com que a conduta dos vereadores do município de Londrina (PR), durante as sessões ordinárias, mostrou-se pautada pelos acontecimentos postos em destaques nas páginas dos diários locais. De forma direta e contundente, o autor evidenciou que “a imprensa tem um papel decisivo no agendamento da pauta de discussão da Câmara, influenciando as ações dos vereadores”. “Como McCombs e Shaw constataram,” – concluiu – “os políticos, uma vez conscientes do poder de agendamento da mídia, procuram tirar vantagem disso, criando situações para atrair a atenção da imprensa”.
O estudo deixa no ar a certeza de que quando o social e o político se unem a favor de interesses particulares, criam um cenário corriqueiro, no qual, na maior parte das vezes, a moral e a ética deixam de ser valores desejados e passam a figurar como um mero objetivo utópico.
AGENDA SETTING POLÍTICA NA IMPRENSA
O artigo acadêmico de Celso Mattos relaciona o comportamento dos vereadores da câmara de Londrina no Paraná, com as noticias divulgadas na mídia e a influencia delas na sociedade e comportamento das autoridades do legislativo municipal.
A fundamentação teórica usada nessa pesquisa e a teoria do Agenda Setting, justamente o suporte utilizado para demonstrar como os discursos dos políticos são influenciados pela mídia. Uma capacidade em determinar o rumo do planejamento político.
A agenda setting para alguns pesquisadores reforça a teoria dos efeitos ilimitados dos meios de comunicação de massa, enquanto outros defendem o contrario.
Nessa pesquisa a agenda setting revela os ambientes e discussões dispersadas pelos veículos de comunicação de massa e o resultado dos interesses políticos nos fatos divulgados. Com esse acompanhamento do trabalho legislativo de Londrina, o acadêmico Celso Mattos ressalta que estratégias são empregadas para articular temas e assuntos para repercussão na sociedade. O acadêmico destaca a partir de um pressuposto, que a freqüência com que um tema ou assunto aparece, torna-se um rumo importante para utilização dos destinatários.
Aqui a agenda setting analisa os efeitos do discurso tanto na agenda da câmara com as noticias divulgadas na mídia, como o as noticias da câmara na agenda da mídia.O trabalho do acadêmico Celso Mattos faz parte da dissertação de mestrado em Comunicação, defendida em fevereiro de 2005, na UNESP/Bauru/São Paulo.
A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DA EMPRESA
O artigo escolhido JORNALISMO REGIONAL E A AGENDA-SETTING: a
construção da imagem da Sabesp por meio da hipótese do
agendamento, de Claudia Regina Garcia Bertoni, trata de um trabalho onde se busca identificar, por meio do agendamento, como uma parcela da população constrói a imagem de uma empresa através das matérias publicadas relacionadas a essa empresa.
Os textos analisam a construção da imagem da Sabesp –Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, pelo olhar da hipótese da agenda-setting nos cinco jornais regionais de maior circulação nos municípios sedes das Gerências de Divisão, e confronta os dados levantados no artigo com uma pesquisa de satisfação de clientes,realizada pelo Instituto Datafolha, a pedido da empresa, em junho de 2005.
A pesquisa verifica a incidência ou não do agendamento e, acima de tudo, contribui para o entendimento da relação entre a mídia e a opinião pública, em um tema de tamanha relevância quanto à questão do uso racional dos recursos daquela região.
Verificamos que a imagem da Sabesp foi construída pelas matérias agendadas pelos próprios jornais e pelos releases enviados pela Sabesp. E mais, a imagem positiva da Sabesp, como a pesquisa demonstrou, decorre da cobertura dos eventos e atividades sociais
da empresa e não de uma cobertura conscientizadora e investigativa dos jornai, porém se não fosse a divulgação dos fatos na empresa isto não teria ocorrido.
AGENDAMENTO, VIOLÊNCIA, CRIMES
No artigo lido e analisado - A cobertura jornalística sobre crimes hediondos e o comportamento violento entre presidiários em Roraima - trata-se de um crime hediondo, registrado em 26 de dezembro de 2007, em Boa Vista, capital de Roraimam e que teve plena repercussão no programa “O Povo mete Bronca”.
Segundo o registro dos autores do trabalho, Aldenor da Silva PIMENTEL e Edileuson Santos ALMEIDA, o programa em questão tem apelo policial, que é sua prioridade. De acordo com o trabalho, uma menina de nove meses morreu de traumatismo craniano. De acordo com Kleber Trindade,pai da garota e réu confesso no caso, ele a teria segurado pelas pernas e a atirado por três vezes contra o colchão, estendido no piso da sala.
Nesse caso, o objetivo foi verificar a influência do programa na formação da opinião da população local, em relação ao crime. Foi concluído no trabalho que: “A análise da cobertura d’O Povo Mete Bronca revela não só a relevância, como também a centralidade do caso Manuelle para o programa. Assim, dentre os assuntos noticiados (portanto, relevantes) há uma hierarquização, que aponta o caso comocentral, isto é, sobre o qual estar informado é decisivo para a vida do público”.
Mas analisar apenas a influência não é suficiente. O importante também seria avaliar a forma que o caso foi abordado por diferentes meios de comunicação da região. Dessa foram, poderia ser avaliado a influência e a forma (ou não) sensacionalista, tomam conta dos noticiários diariamente.
Aqui mesmo em Blumenau, o caso da funcionária pública Elfy Eggert, assassinada pelo seu marido em 2006, teve uma repercussão inigualável. A maioria dos veículos regionais abordaram o tema, porém de formas diferentes. Isto, desde a morte, entre entrevistas emocionadas da mãe da vítima depois de um ano da morte da filha, até o julgamento do marido, Júlio César Sary e do cúmplice, Pai Ricardo; denominado como um auxiliar espiritual do casal.
Nesse caso, uma das emissoras de televisão de Blumenau, abordou expressivamente o caso. Muitas vezes, entrevistando os pais da vítima, que se emocionavam ao lembrar da filha, outras retratando retrospectivas do fato, inclusive com opiniões do apresentador. Já outras emissoras levaram apenas o fato ao conhecimento do público.
Esse é o objetivo, distinguir, em Blumenau, que emissoras se utilizaram do sensacionalismo para divulgar o caso.
Agenda Setting: responsabilidade social
Desenvolvida pelos pesquisadores Maxwell McCombs e Donald Shar, o Agenda Setting é a teoria que determina as pautas, os assuntos à opinião pública para destacar os temas dentro do meio em que mídia circula.
Quando usada em vista de interesses próprios, a Agenda Setting tem poder destrutivo. No livro A Síndrome da Antena Parabólica, o jornalista Bernardo Kucinski dá exemplos deste mal uso. Lembrar disso é fácil, foi no Brasil mesmo e não faz muito tempo.
Enquanto o líder do Partido dos Trabalhores, Luís Inácio Lula da Silva, de cabelo revirado e barba felpuda, avançava nas pesquisas para assumir a presidência, o autoentituloado Caçador de Marajás, Fernando Collor, esbanjava palavras de comprometimento dignas de um Super-herói queixudo. E sem desmanchar o cabelo.
Pertencente à classe elitista, Fernando Collor ganhou apoio da mídia; jornais, televisão e rádio; sendo ovacionado por sua ideologia de mudança. Teve um debate editado a seu favor, virou celebridade em capas jornais com panca de bom moço e, assim, teve nas urnas a reposta de sua aceitação pelo eleitorado nacional.
O final desta história você já conhece.
Prova de que diferentes focos e modos de divulgar uma notícia não terminam por aí. Entre casos como o de Collor, o da Escola Base em São Paulo que, nós, estudante de jornalismo conhecemos bem, e manchetes como ‘Nunca foi tão fácil escolher um presidente’, dão exemplos de que o interesse público nem sempre é o que a mídia mastiga e escarra.
Mas, evitar informações irresponsáveis não é tão difícil. Procure ler, ouvir e ver diferentes veículos de comunicação, afinal, cada um deles é dono de sua opinião própria. Já que assim pode ser, aproveite você também e pense por si próprio lembrando: por trás da maquiagem de um apresentador de jornal, está o interesse de venda da notícia, suas aculturações e uma pessoa como outra qualquer – uma pessoa como nós.
Ainda, se for cidadã, atrás de sua maquiagem estará a responsabilidade em saber que sua palavra pode ser a mesma de milhões de brasileiros após ouvida. Uma palavra capaz de dominar em massa e desconstruir pensamentos sociais.
Tiago Ribeiro