terça-feira, 2 de junho de 2009

Em descompasso com o relógio

Com a tamanha contingência de informações que as salas de redação são bombardeadas diariamente, foi necessário estabelecer critérios e níveis de classificações capazes de qualificar o grau de importância de um fato. Para então, torná-lo notícia.
A profissão, mais do que nunca, depara-se com um desafio diário: correr contra o tempo. Os ponteiros do relógio desafiam o jornalista, que precisa depurar os fatos e transformá-los em notícia.
O jornalismo passa a configurar, então, mais uma fabriqueta gerida pelos moldes propostos pelo fordismo. A produção de notícias se tornou uma indústria de fabricação em série, com prazos e metas a serem cumpridos.
Quem se interessou pelo jornalismo justificando admiração por um ofício que não tem rotina, se enganou profundamente. A profissão também está inserida no sistema capitalista e sofre as mesmas cobranças pela produtividade.
Para estudar os efeitos da qualidade da notícia, causados pelo processo de seleção das informações surgiu a Teoria do Newsmaking. Ela investiga a cultura de trabalho dos profissionais e como se comportam durante a produção de conteúdo.
O Newsmaking aborda a industrialização das informações e como os jornalistas se preparam para discernir e avaliar a importância dos fatos. Torna-se notícia aquilo que o veículo e os editores consideram informações pertinentes.
Os profissionais se baseiam em critérios e julgamentos de valor sobre os fatos, previamente aceitos por convenção pelos profissionais do mundo inteiro. São classificações que buscam ir ao encontro do interesse do público, como proximidade, relevância e importância dos indivíduos envolvidos na notícia.

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