DIEGO RAMON VALLE VITAL
A seguir, será feita uma análise diária da cobertura das enchentes de Novembro de 2008, feita pelo segmento online do jornal O Município Dia-a-Dia, da cidade de Brusque.
DIA 23/11
Ninguém sabia ao certo quanto tempo tudo iria durar. Talvez apenas o suficiente para causar os mais aterradores estragos. Mas ninguém queria acreditar nessa possibilidade. As primeiras notícias surgidas no site do jornal nesta data retratavam o clima de desespero velado que pairava sobre o estado. O tom de incerteza era visível. Em sua maioria, a matéria que estampava as páginas do site dava conta de informações gerais e de caráter de utilidade pública: um panorama geral da situação das cidades atingidas até então, informações referentes às estradas e rodovias nas quais o tráfego havia sido interrompido, a previsão de mais chuvas feita por meteorologistas e os primeiros avisos da Defesa Civil para a iminência de maiores desastres. Também fez-se presente a notícia do cancelamento das atividades programadas para a semana (vestibulares e os JASC) no estado. De forma geral, o que se viu foi uma abordagem geral, informativa, e com caráter de serviço de utilidade pública.
DIA 24/11
No segundo dia de cobertura analisado, as informações presentes no site do jornal complementavam as notícias estampadas nas páginas do veículo impresso. Nesse ponto, contudo, a atenção foi voltada para as cidades vizinhas de Nova Trento e São João Batista, profundamente afetadas pelas chuvas. Também figurou nas páginas eletrônica o comunicado, oriundo do governo do Estado, cancelando definitivamente a edição de 2008 dos Jogos Abertos de Santa Catarina. Mais uma vez, informou-se a situação das estradas e as condições de não-trafegabilidade da rodovia que ligava os dois municípios, além da periclitante situação dos moradores daquelas localidades.
DIA 25/11
Na cobertura desta data, o clima de desespero tomou conta. Tornaram-se evidentes os boletins e comunicados de diversas entidades públicas e privadas dando conta das providências que seriam tomadas nos dias subseqüentes. Também a Defesa Civil do Estado passou a ter maior destaque, com o início de sua campanha de arrecadação de donativos para os desabrigados e os desalojados. Diante das chuvas que pareciam não querer parar e que só faziam somar os desastres, o tom sóbrio, de alerta, tornou-se direto. Fazia-se o possível para alertar a população e fazê-la de prevenir daquela situação sobre cujo final não se tinha idéia.
DIAS 26/11
Com a parcial diminuição das chuvas, a tragédia volta a deixar a vida seguir seu rumo. Ainda que de forma tímida, notícias sobre os eventos esportivos do município voltaram a ser destaque. Mesmo assim, as águas não foram esquecidas. Além do panorama das cidades vizinhas, o enfoque dado pela editoria do jornal passou a abordar o “pós-tragédia”, abordando os desdobramentos das chuvas.
DIA 27/11
Nessa data, além dos boletins liberados por entidades oficiais (como a Defesa Civil) e dos comunicados vindos de vários segmentos da sociedade, a participação ativa dos leitores foi fato marcante. Diante do cenário da tragédia, a rotina tentava voltar às páginas do jornal.
DIA 28/11
Com o fim (ao menos parcial) das chuvas, o clima de tragédia deixou de se fazer tão evidente nas páginas do diário online. Enquanto o veículo impresso dava conta principalmente do retrato do município depois da tragédia, o meio eletrônico tentava abrir espaço para uma abordagem mais leve, não tão chocante. Dessa forma, os acontecimentos passavam a dar lugar a outros questionamentos, dos quais a principal representação a figurar nos pensamentos de todos os munícipes era: “E agora, o que eu faço?”.
DIA 29/11
No último dia do acompanhamento, as notícias esportivas voltaram a dividir espaço com o clima de apreensão advindo com as novas chuvas que assolaram a região. Apesar da vultuosidade dos estragos ocorridos, nos dias seguintes (e ainda por semana a fio) haveria de se falar daquele fatídico Novembro, quando o céu veio à terra trazendo junto consigo desespero e sofrimento, fazendo florescer o sentimento de solidariedade e compaixão que quase todas as pessoas carregam consigo.
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