segunda-feira, 2 de março de 2009

Catástrofe multimídia


Novembro de 2008 - Blumenau é surpreendido com algo nunca visto.
Os anos de 1983 e 1984 ficaram marcados na história do povo blumenauense como os anos em que enchentes de mais de 15 metros, atingiram a cidade. Quase vinte e cinco anos depois, a cena se repete, mas desta fez, além da força das águas, predomina algo nunca visto – a poder da terra.

Milhares de famílias desabrigadas, vendo seus sonhos desmoronarem literalmente. Famílias que perderam suas famílias, suas casas e a vontade de viver.
Foi diante deste quadro que os meios de comunicação passaram a atuar, porém, dentre todos, a internet ganhou destaque por sua agilidade e tempo real na cobertura e exposição dos fatos aos interessados, que por vez, eram de toda parte do mundo.

A solidariedade do povo blumenauense foi colocada a prova. Entre os órgãos responsáveis, a Defesa Civil prestou importante trabalho na construção da situação pública, atualizando constantemente o site com as mais recentes informações de que serviam de base, inclusive, para outros meios de comunicação.

A internet foi, neste momento, o maior meio de troca de ideias. Sites foram desenvolvidos exclusivamente para atender essa necessidade de mercado - é o caso do site Desastre que se tornou importante fonte de notícias dos órgãos responsáveis.

Blogs e fotoblogs destinaram espaço exclusivo para acompanhar o fato. Ali era possível acompanhar as principais informações, escritas por profissionais da imprensa e novos blogueiros casuais. Nesses espaços foi possível acompanhar as últimas informações divulgadas em tempo real, como de mutirões realizados, novos abrigos e até servir como canal de troca de informação entre os internautas que usaram a interatividade para além das coisas comuns do dia-a-dia.
Assim, outros sites e portais ganharam destaque e visibilidade a partir do caos, fazendo um acompanhamento exclusivo da situação, como o portal blumenauense Namídia, que serviu inclusive de parceria na busca e divulgação de informações da TV Galega.

Tudo isso se tratando “apenas” de troca de informação escrita. O maior portal de relacionamentos do mundo não poderia e não ficou de fora dessa. Foi gigantesco o número de atualizações com inserção de fotos do desastre. Cada um, ainda que sem interesse jornalístico, fazia fotos da sua casa, sua rua e públicava ali, em álbuns exclusivos. Da mesma forma, os sites de publicação livre de vídeos não ficaram de fora. Um vídeo feito por um cinegrafista amador, no exato momento do desmoronamento de uma casa, teve mais de mil acessos em um dia, sendo exibido inclusive no Jornal Nacional da Rede Globo.

Indiscutivelmente, a internet teve papel fundamental na divulgação de informações na cobertura do caos que Blumenau viveu no final de 2008. Certamente, se não fosse por este importante fator que contribui para a expansão da informação, não seria possível tamanha divulgação dos fatos apenas pelos meios de comunicação, ditos mais tradicionais.

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