Quando se escuta uma história, a partir do momento que se compreende aquele fato, já se dá a ele um novo sentido. É impossível que duas pessoas tenham uma interpretação exatamente igual sobre algo. Onde havia dez homens, na história original, já existirão uns quinze quando ela for repassada por aquele que ouviu. Ou pelo menos a cor da casa ou a raça do cachorro sempre acaba mudando. Detalhes que, a princípio, não fazem diferença no quesito de atribuir sentido ao conto, mas à medida que cada um ouve e reconta a história à sua maneira, logo se percebem pequenas mudanças no sentido.
Assim também é o receptor da informação. Ele não é um gravador, não vai assimilar exatamente o que você disse, com cada palavra, quando for repassar o que ouviu ou leu. Confundir ONU com FMI muda completamente o significado da notícia quando ela for repassada pelo receptor/emissor. Depende da capacidade de interpretação de cada um, talvez um pouco da memória também.
Por outro lado, ao passo em que existem esses “ruídos” atrapalhando a repercussão da mensagem, devemos pensar que esse é o princípio básico da comunicação. O emissor passa a mensagem e atribui a ela um sentido – visto que neutralidade não existe, mesmo no Jornalismo – e o receptor a absorve já com outro sentido, fruto da sua relação com o meio ambiente, com os outros seres humanos e com a mídia. Assim, o sentido da informação muda constantemente e esta ganha em qualidade, porque vai adquirindo conhecimento diferente proveniente de cada receptor/emissor que for “recontar essa história”.
terça-feira, 14 de abril de 2009
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