Hoje em dia, a mídia funciona não mais como uma questão supérflua, mas como um fato concreto e que se solidificou ao longo do tempo. Os veículos de comunicação não são mais qualificados em um universo à parte, distante dos indivíduos, mas como parte essencial e importante na vida de todos. Com a globalização cada vez mais intensa, esses meios se tornaram uma espécie de extensão dos nossos sentidos. Funciona atualmente como parte integrante da vida humana. É a partir desses meios de comunicação que passamos a ter uma nova percepção de mundo. Eles se tornaram, de certo modo, nossos olhos e ouvidos para tudo o que ocorre fora do nosso alcance.
A mídia não é vista, contudo, como uma simples imposição de pensamentos e idéias a quem ouve, lê ou vê. Afinal de contas, o receptor é livre para aceitar ou não aquilo que é veiculado. Mas precisamos deixar claro, porém, que há uma tendência do público a julgar a importância de alguma coisa/fato tendo em vista o que a mídia mostra.
Um exemplo disso é a forma como as notícias são dispostas em um jornal impresso. Umas recebem mais destaque que outras, com cores e mais de meia página ou até uma inteira de capa, outras, em contra partida, ganham espaços bem mais reduzidos, virando muitas vezes apenas uma nota. Isso não significa que esse notícia seja mais ou menos importante para quem irá ver. Acontece a mesma coisa nas emissoras de TV, nas rádios ou internet. Por conseqüência, o que é mais visto, é mais lembrado e mais comentado, ganhando a atenção do público. Não quero com isso falar em heróis ou bandidos. Comento essencialmente o que vejo ocorrer atualmente.
Uma das conclusões em que se pode chegar, tendo em vista inclusice uma frase de McCombs e Shaw, de 1972 é que “Embora a imprensa, na maior parte das vezes, possa não ser bem sucedida ao indicar às pessoas como pensar, é espantosamente eficaz ao dizer aos leitores sobre o que pensar.” E é sobre isso que trata a hipótese do agendamento ou agenda setting.
A agenda setting, busca analisar o jornalismo e a influência da mídia na vida das pessoas. O termo correto a ser utilizado é hipótese e não teoria porque a primeira é um sistema aberto que pode passar por experimentações e está suscetível tanto a erros quanto acertos. Elas buscam encontrar um caminho que ligue várias teorias clássicas, considerando o processo de comunicação um processo com inúmeras variantes e possibilidades abundantes, cujos efeitos são sentidos a médio e longo prazo, por um tempo muito maior do que o tempo que leva a efetiva cobertura jornalística do fato.
Deise Furtado
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